The Nest é um thriller emocional que acompanha Dan (Martin Compston) e Emily (Sophie Rundle), um casal a tentar ter um bebé há anos. Até que se cruzam com a jovem Kaya (Mirren Mack), que rapidamente aceita ser barriga de aluguer.
Já não via uma série com este nível de drama há algum tempo. Não aquele drama género Gossip Girl, mas sim um drama que se pode ligar logo à vida real. Acompanhamos a vida adulta de um casal e a vida de uma adolescente. Ao longo de todo o piloto há bastantes contrastes de classes quer pelos diálogos quer pelas cores do mesmo.
Depois de mais uma tentativa falhada para ter um filho, os protagonistas estão desesperados em busca de novas soluções. Eis que na noite anterior à perda, a “futura mãe” bate com o carro numa rapariga que está a discutir com um homem que descobrimos mais tarde ser um trabalhador do serviço social. A rapariga sente-se sozinha e vê todo este aparato como algo do destino, assim, oferece-se enquanto barriga de aluguer ao casal. Mas não será fácil visto que, para além de ter apenas 18 anos, é também uma pessoa vulnerável deixada à mercê do sistema.
O episódio começa com um ambiente muito alegre e positivo, mas consoante avança vai perdendo o mesmo e fica até macabro. É de notar que a banda sonora é excecional, assim como toda a cinematografia e cenários – a casa dos protagonistas é só linda, com a sua envolvência de sonhos. Cada um destes elementos ajuda a levantar o episódio e leva-o onde este precisa, seja a um momento de esperança ou a um momento confuso.
Por falar em momentos confusos… não saí deste episódio totalmente esclarecida quanto à identidade de pelo menos três personagens. Embora um piloto seja um bom introdutor de personagens, por vezes, é bom deixar assim um mistério a pairar no ar. Neste caso funcionou bem, pois tenho intenção de descobrir quem são e as suas verdadeiras intenções.
Estamos perante personagens fortes que sabem bem o que querem e que, depois deste piloto, podemos admitir que não desistirão do que querem muito facilmente, mesmo que implique decisões difíceis ou mudanças completas nas suas vidas.
Ainda na realização gostaria de mencionar todo o cuidado que é visível quanto à experiência sensorial, em especial, e que me chamou mais a atenção, o tato – quando a adolescente toca nos assentos do carro ou no cobertor da cama, foram, para mim, dos momentos mais emotivos.
Quanto ao enredo, nunca vi nada do género, mas acredito que algo semelhante já tenha sido feito. Sinceramente, não me parece que a rapariga tenha más intenções em relação a ajudar este casal. O que eu prevejo é que se afeiçoem a ela e que ela integre a família mais tarde, o que acabo por adorar, pois gosto de histórias felizes, mas não deixa de ser estranho sendo que foi ela que carregou o que será o seu suposto irmão? Mas pronto, isto já é um olhar para o futuro, que terei de esperar para comprovar.
Admito que aconteceu muito coisa durante o episódio e foi um pouco “demasiado”. Fomos logo bombardeados com milhões de informações. Talvez seja compreensível visto que a série terá apenas cinco episódios, mas mesmo assim… Agora é esperar pelo próximo episódio e ver se mantém esta linha e se descobriremos mais sobre as personagens mais enigmáticas.
Ana Leandro