Esta série, que estreou no dia 1 de março na NOS Play, é um relato meramente ficcional mas baseado em factos reais e que gira em torno de Lizzie Borden e da sua controversa absolvição de duplo assassinato (pai e madrasta) em 1892. Se não estiverem familiarizados com a história da absolvição podem ver o filme Lizzie Borden Took an Ax, que é uma prequela direta desta minissérie (mais baseado na realidade, para quem estiver interessado).
Para mim, só por se passar nesta altura e ser baseado em factos reais já é interessante o suficiente para dar uma espreitadela, isto porque uma série que ao mesmo tempo nos entretém e nos deixa um pouco mais cultos e conhecedores dos costumes antigos nunca pode ter só coisas más! Mais que não sejam ficamos a saber um pouco mais de como as coisas eram (isto se os episódios estiverem bem feitos claro).
Bem… mas o que posso eu dizer do primeiro episódio? Para mim foram uns bons e sólidos 40 minutos de diversão perversa, com uma pequena crítica do que era a vida da mulher naquela altura (século XIX). Por exemplo, Lizzie e Emma (a sua irmã) crescem numa época em que as mulheres devem casar-se e constituir família mas, no entanto, nenhuma delas tem essa vida. Com bons ambientes, trajes bonitos e boa música deram a sensação que irá ser uma série com bons cenários e com um toque de rock’n’roll.
Penso que os produtores conseguiram pegar bem num material um tanto ou quanto sério e ainda mais histórico e foram capazes de andar entre a linha de levar o material histórico a sério e a linha de nos fazer divertir com o mito Lizzie Borden. Será que foi mesmo ela que cometeu os assassinatos? Tudo dá a entender que sim (talvez até demais)! Mas ao mesmo tempo fica sempre uma ténue dúvida no ar…
No entanto, sinto que o episódio ainda teria corrido melhor se Christina Ricci (Lizzie) tivesse mostrado mais emoção nos seus olhos. Além disto pareceu-me também que a série quis mostrar demais que Lizzie era um perigo e ninguém estava a salvo com ela, acabando por exagerar nas expressões e situações em que ela apareceu envolvida. Basicamente, para mim, a personagem não encaixou bem no seu todo. Claro que nem tudo é mau e confesso que gostei de ver a relação entre ela e a sua irmã (Clea Duvall) que parecem ser muito unidas (equipa formidável) mas ao mesmo tempo muito diferentes em que dá a ideia que a qualquer momento tudo pode virar para o lado errado. Dito isto, estou à espera de ver ao longo destes oito episódios, de 40 minutos cada, fogos de artifício genuínos e dramáticos com alguns arrepios e volte-face pelo meio.
Concluindo, não é certamente uma série para ficar no top 10 das melhores séries que vi até hoje, mas se tiveres interesse neste caso e gostares do ambiente desta época não perdes nada em despender um pouco do teu tempo para ir vendo os episódios. Nem que seja um por semana!
Filipe Tavares