[Não contém spoilers]
Dispatches from Elsewhere, a nova série do AMC, de Jason Segel, centra-se num grupo de quatro pessoas que não estão completamente satisfeitas com a sua vida e que vão aceitando desafios misteriosos. A série é baseada em factos reais, tanto o Instituto Jejune como a EPWA.LIFE existem ou existiram mesmo. Se pesquisarem na internet encontram muita informação sobre o assunto, incluindo um documentário que serviu de inspiração à série.
O episódio está muito bem estruturado. No início, temos aquela apresentação por parte do responsável do Instituto Jejune, que nos agarra logo de imediato. Os diálogos estão muito bem escritos, a linguagem que é utilizada em cada momento revela muito da pessoa que está a falar e a interpretação de Richard E. Grant proporciona outra vida ao episódio.
A primeira pessoa que conhecemos é Peter (Jason Segel), um homem que leva uma vida monótona e que procura algo que o entusiasme. E é isso que acontece quando telefona para o número de um anúncio de uma pessoa desaparecida, para dizer que viu a pessoa que procuram. Temos aqui uma interpretação fantástica de Segel, ator de quem devo admitir que não era fã, mas que superou as minhas expectativas neste piloto. Só mais para a frente no episódio é que vamos conhecer os outros três membros do grupo que iremos acompanhar ao longo da série, mas só nos próximos episódios é que deveremos ficar a conhecê-los melhor. Uma estratégia interessante, visto que deste modo conseguimos ter uma perspetiva individual de cada uma das personagens.
Uma das características que mais sobressai na série são os seus momentos cómicos, que dão um tom mais leve a algo que poderia ter sido abordado de forma mais dramática. Cenas como a dança à chuva e piadas inteligente no meio dos diálogos são uma das mais-valias de Dispatches from Elsewhere.
Resumindo, o episódio deixa-nos presos logo desde o início, não há um único segundo que possamos dizer que podia ser dispensado; o argumento é o seu ponto forte, mas todos os elementos se conjugam na perfeição. Os atores interpretam as personagens de forma inigualável, não conseguindo imaginar outros nos mesmos papéis com a mesma qualidade. Apesar de ser baseada em factos reais, parece-me uma produção pensada de forma muito original e é uma lufada de ar fresco nas produções norte-americanas.
Cláudia Bilé