[Pode conter spoilers]
Bloodride é uma nova aposta da Netflix, uma antologia de terror produzida na Noruega, recheada de humor negro e que, pela amostra do primeiro episódio, parece apostar em finais imprevisíveis, indo um pouco ao encontro do que fazem séries como, por exemplo, Inside No. 9.
A série foi criada por Kjetil Indregard e Atle Knudsen e é a primeira série norueguesa que vejo, daqueles lados só me lembro de ver Dead Snow, um filme que acaba por ser também de terror e humor negro.
Ao ver o primeiro episódio desta antologia, que conta com seis com a duração a rondar os 30 minutos, senti uma certa vibe de Pet Sematary. Sendo que cada episódio contará com uma história diferente, Offervilje começa por seguir uma família que se muda da cidade para o campo, centrando-se depois em Molly, que não se adapta à nova realidade. Lutando com problemas financeiros, Leon (o marido) previne Molly (a esposa) que vão demorar alguns anos até conseguirem voltar à cidade. Além do casal há também a filha Katja. Acidentalmente, a esposa descobre uma forma rápida de sair dali e voltar à cidade, porém há certos sacrifícios necessários. Em traços gerais esta é a história do episódio e o resto deixo para que descubram. Sobre a forma como foi construído o final, confesso que me levou a adivinhar o que ia acontecer.
A interpretação foi razoável, mas destaco Ine Marie Wilmann no papel de Molly. A banda sonora e a fotografia agradaram-me desde o início do episódio, ajudando a construir bons momentos de suspense. O argumento não é nada de surpreendente e, como fã de séries e filmes de terror, consigo ligar o episódio a vários trabalhos do género.
Outro grande problema deste episódio, e provavelmente dos outros, é a curta duração, passou a sensação de que tudo foi decidido a correr, não houve uma evolução da personagem que justificasse tudo o que aconteceu, juntou-se tudo, pegou-se na batedeira e, pronto, já está. Fiquei com a sensação de estar a ler o resumo de um livro de terror. Apesar de tudo, para os fãs de humor negro e horror acaba por entreter, mas não é nada que fique na memória. Resta saber como é que o resto dos episódios evoluem.
Bruno Pereira