[Não contém spoilers]
Do produtor e realizador de The End of The F***ing World e dos produtores de Stranger Things surge I Am Not Okay With This, uma série baseada na graphic novel homónima de Charles Forsman, que conta a história de Sydney Novak (Sophia Lillis), uma adolescente que tem que lidar não só com dramas e complicações do ensino secundário, mas também com problemas familiares, com a questão da sua sexualidade e com os seus misteriosos superpoderes.
A premissa da série, à primeira vista, não podia ser mais básica e típica, sendo que definitivamente já vimos algo assim parecido noutras séries e até mesmo filmes. No entanto, a verdade é que me surpreendi bastante com o primeiro episódio, e quando dei conta já tinha visto mais dois para além daquele. O facto de cada episódio ter pouco mais de vinte minutos, aliado a personagens interessantes e carismáticas, especialmente Stanley Barber (Wyatt Oleff), e com o facto de muitas das cenas nos despertarem a curiosidade (isso acontece logo nos primeiros minutos do episódio), leva-nos a querer ver os restantes episódios sem pensar duas vezes.
Para além disso, mesmo as histórias sendo totalmente diferentes, consegue-se sentir, num momento ou noutro, a mesma vibe que se sente ao ver The End of The F***ing World, tanto é que eu pensei nisso quando vi os primeiros três episódios, e aí ainda não sabia que o produtor e realizador era o mesmo em ambas as séries. Portanto, penso que quem gostou do estilo de TEOTFW também vai gostar bastante de I Am Not Okay With This. Mas atenção, as histórias não têm nada a ver uma com a outra! O que estou a tentar dizer é que a vibe em alguns momentos é a mesma, ou seja, algumas cenas, dadas as características, fazem-nos lembrar ligeiramente The End of The F***ing World. Além do mais, a série também faz lembrar ligeiramente Sex Education, mas numa escala bastante diminuta, e também o filme Carrie (baseado no livro homónimo de Stephen King).
O mais engraçado é que mesmo que esses momentos nos façam lembrar essas séries/filmes, e mesmo o tema da série sendo tão comum, a verdade é que I Am Not Okay With This consegue marcar a diferença e prender-nos à história. Penso que foi isso que mais me surpreendeu e me fez querer ver a série até ao fim (também são somente sete episódios, veem-se rapidamente). Portanto, penso que vale bastante a pena, pelo qual vos aconselho a irem dar uma espreitadela, nem que seja somente ao primeiro episódio, que eu cá vou acabar de ver os episódios que me faltam.
Cármen Silva