[Não contém spoilers]
Dracula é uma minissérie de drama e terror, criada por Mark Gatiss e Steven Moffat (criadores também da série Sherlock) e produzida pela Netflix em parceria com a BBC, baseada no clássico de Bram Stoker com o mesmo nome. A minissérie, que estreou no dia 1 de janeiro na BBC e no dia 4 de janeiro na Netflix, é constituída por três episódios com aproximadamente 90 minutos cada um, e conta a história do Conde Drácula (interpretado pelo dinamarquês Claes Bang), um vampiro que planeia aterrorizar Londres vitoriana.
A história de Drácula já é bastante conhecida, se não for pelo livro, pelo menos pelos inúmeros filmes e até pela série também designada Dracula, criada por Cole Haddon em 2013/2014, o que pode levar ao pensamento de que não se vai ver nada de novo. No entanto, apesar de já andar há anos para ler o livro, a verdade é que até ao momento da visualização do primeiro episódio desta minissérie, eu ainda não tinha visto nada relacionado com este famoso Conde, o que pode apresentar desvantagens, uma vez que não tenho bases de comparação (que poderiam enriquecer mais a opinião), mas também pode ter vantagens, dado que ao ser introduzida à história sem saber quase nada, a opinião poderá ser mais parcial.
Posto isto, atrevo-me a dizer que não poderia ter começado melhor, não só por ter gostado bastante da história apresentada, mas também por me ter surpreendido com o episódio. Quando soube que iria estrear uma série sobre Drácula, achei que seria o momento ideal (uma vez que ainda não tive oportunidade de ler o livro) de conhecer essa célebre história, contudo, ao ver o trailer fiquei com receio de não ir aproveitar tanto a série como devia dado que é de terror (género que não me agrada muito) e que mostrou algumas partes que podem ser consideradas um pouco nojentas, o que intensificou ainda mais o meu receio.
No entanto, a verdade é que a história e as atuações esplêndidas não só de Claes Bang, mas também de John Heffernan (que interpreta a personagem Jonathan Harker) e principalmente de Dolly Wells (que interpreta a personagem Agatha, uma freira que em instantes conquistou o meu apreço), acabaram por me fazer esquecer um pouco esse receio, levando-me a gostar bastante do episódio. Os momentos um pouco mais nojentos (que para as pessoas ligeiramente mais sensíveis, pode apresentar um impedimento à visualização da série), não me causaram grande diferença, e olhem que eu considero-me uma pessoa um pouco sensível nessas coisas.
Resumindo e concluindo, tirando alguns efeitos visuais que não foram tão bem conseguidos, a história consegue-nos prender do início ao fim do episódio, não só pela maneira como é contada, mas também pelo facto de nos conseguir surpreender em alguns momentos com reviravoltas que não estamos a contar. Para além disso, existem também momentos bastante divertidos (algo que eu também não estava à espera). Assim sendo, recomendo vivamente a visualização desta série, que mesmo com episódios de cerca de hora e meia, se vê num abrir e fechar de olhos.
Cármen Silva