Wisting é a adaptação de dois dos romances policiais mais populares de Jørn Lier Horst, The Hunting Dogs e The Cave Man, o oitavo e nono de uma série que conta as aventuras do detetive William Wisting. Esta série de TV é dada como a mais cara da Noruega feita até agora, superando grandes produções como The Saboteurs e The State of Happiness (se não viram, aproveitem para espreitar), então, naturalmente, as expectativas em torno desta nova aposta são altas.
O primeiro episódio de Wisting começa com um cadáver encontrado debaixo de uma árvore de Natal. Bem, não é exatamente uma árvore de Natal – não há enfeites à vista. Mas é uma árvore de abeto e o Natal está a chegar… no entanto, o presente que se encontra embrulhado em neve debaixo desta não é propriamente dos melhores. A chefia da investigação encarregue deste caso é liderada por William Wisting (Sven Nordin). Eles terão de descobrir quem é a mente por detrás deste crime terrível, que poderá não ser isolado de muitos outros que têm acontecido na região. A série conta também com a participação de Carrie-Anne Moss (The Matrix, Jessica Jones).
William Wisting, um herói e homem agradável, é desprovido de qualquer vestígio de escuridão psicológica, demónios internos ou paixões singulares de qualquer tipo. É apenas um polícia simpático que vive em demasia do trabalho, não sendo muito sorrisos e bons tempos, no entanto.
Sven Nordin, o ator que interpreta Wisting, esteve bastante bem neste primeiro episódio, tendo um desempenho muito bom, estando ao nível do que se vê em produções americanas. Apesar de ele já ter estado numa vasta gama de séries norueguesas, este é o seu primeiro papel como detetive; no entanto, com uma prestação destas, verifica-se que o talento dele em interpretar este tipo de personagens é inato.
A série, em geral, parece ser ter um bom argumento e está bem elaborada. O ambiente branco rodeado de neve foi bastante diferente do visual que estava habituado a ver e confesso que está agradavelmente apelativo aos olhos. São paisagens espetaculares, repletas de encontros gelados.
Um dos pontos negativos, no entanto, é que, a meu ver, alguns dos diálogos pareceram-me ser um pouco forçados, principalmente dos personagens periféricos. Para além disto, alguns momentos são um pouco constrangedores, por exemplo quando as personagens recebem uma informação de que não estavam à espera, permanecem em silêncio e a câmara se foca nelas, a expressão facial destas não é a mais adequada para o momento em questão.
Para finalizar, estou curioso para descobrir, à medida que a série vai avançar, exatamente onde este grande orçamento foi gasto e como irão eles descobrir quem é o responsável por este homicídio terrível e que o desenrolar desta descoberta seja repleta de – ou que pelo menos tenha alguns – plot twists (que, pelo que vi neste piloto, serão muito prováveis de existir).
Se nunca viram uma série que não tivesse o inglês como língua principal e gostariam de tentar, esta talvez seja uma boa série por onde começar, até porque existe algum inglês à mistura. Ou então, se gostam de ambientes e um tipo de realização diferente, arrisquem e vejam esta aposta norueguesa, que apesar de não ser das melhores coisas que já vi até hoje, parece-me ser uma série que dá para passar um bom bocado.