The Stranded é uma série tailandesa que acompanha dezenas de jovens de uma escola privada que se veem isolados numa ilha, depois de um tsunami. Rapidamente percebem que não há ajuda a caminho e que terão de sobreviver sozinhos.
Fiquei muito entusiasmada quando soube que a Netflix iria ter uma série tailandesa, pois adoro poder desviar-me das americanizações e conhecer novas realidades, seja pela cultura em si, que acaba sempre por passar via entretenimento, seja pelo simples facto de ser num outro idioma.
No entanto, o entusiasmo acabou por ser abatido quando li a sinopse e pensei: “mais uma série de pessoas isoladas numa ilha” e “mais uma história que começa com um tsunami na Tailândia” – quer dizer, devem existir mais elementos relacionados com este país que não catástrofes naturais. Mesmo com uma história não muito original dei uma oportunidade a The Stranded e, apesar de todos os defeitos que se pode apontar, há também surpresas agradáveis.
Começando pelo elenco, embora nenhuma cara familiar (pelo menos para mim), surge uma representação e interpretação bastante complexa e agradável que faz o espectador sentir em conjunto com a personagem. Este sentimento está presente principalmente com May, interpretada por Chayanit Chansangavej, uma personagem e atriz das quais fiquei fã. Para um primeiro episódio de 40 minutos, as personalidades de cada pessoa são exploradas na medida certa deixando sempre o desejo de os conhecer melhor; algumas chegam mesmo a ser tão bem desenvolvidas que já se sabe que serão queridos pelo espectador ou que criarão sentimento de identificação como, por exemplo, Arisa.
A série não consegue compensar a falta de originalidade com os efeitos visuais já que estes são bastante maus e nem se pode falar da abertura da mesma porque são apenas vários clips editados de forma aleatória que não transmitem nada sobre o que se pode esperar em The Stranded. Adicionalmente, parece que a série não será algo tipicamente “real” pois existem duas cenas específicas que despertam uma interrogação sobre se haverá ou não algo de misterioso e sobrenatural a rodear esta ilha – pessoalmente, preferia que a história não se aproximasse da fantasia, mas veremos.
The Stranded merece uma oportunidade e um juízo pessoal antes de ser colocada de lado. Espera ao espectador muito drama adolescente, género Élite, e, pelo que aparenta o piloto, alguns twists à Game of Thrones. Eu vou ver e tu?
Ana Leandro