Sistas segue um grupo de mulheres negras que se unem devido a serem solteiras, explorando as suas vidas amorosas, carreiras e amizades, através dos altos e baixos de viver no mundo moderno das redes sociais e das expectativas irrealistas sobre o amor.
Quando se lê uma sinopse como a anterior pensa-se (ou pelo menos eu pensei): isto promete. Pois bem, Sistas promete, mas não entrega muito bem a encomenda ao espectador. Dizer que fiquei desiludida é um eufemismo.
Depois de séries como Sex and the City e The Bold Type, Sistas só brilha pela questão da representação social. Por muito que narrativas baseadas na amizade feminina sejam sempre bem-vindas, convém que tenham qualidade e que tragam algo de novo – e não apenas uma premissa heteronormativa de mulheres que necessitam de homens para serem felizes. As mulheres que são apresentadas, por muito que lhes queiram atribuir outros traços de personalidade, uma carreira e até mesmo os tais laços de amizade, neste piloto são apenas personagens básicas e unidimensionais que gravitam em torno do sexo masculino.
Para além de toda a premissa ser escassa em originalidade, é difícil encontrar nesta obra um ponto positivo. Desde o primeiro minuto do episódio que me questionei se isto seria de facto um piloto de 2019 e não de 1990 porque foi essa a impressão que deixou. Uma série que não parece nada atualizada e que dá a ilusão de acontecer à parte do mundo atual. Desde o enredo cliché e previsível à má interpretação por parte do elenco resulta algo vergonhoso, que só pode ser considerado comédia na medida em que é possível rir e muito do quão ridículo o piloto é.
Todo o aspeto técnico falha redondamente, desde os cortes aleatórios a uma banda sonora que se assemelha àquelas músicas royalty free que os youtubers utilizam nos seus vídeos.
Digo-vos que isto não foi o piloto de uma série, mas de uma novela. Não recomendo!
Ana Leandro