(Pode conter vestígios de spoiler!)
Looking For Alaska é uma série adaptada de um romance de John Green e criada por Josh Schwartz e Stephanie Savage para a Hulu. Conta com oito episódios já disponíveis para maratona na HBO Portugal.
Miles “Pudge” Halter (Charlie Plummer) é um adolescente da Florida, viciado em biografias e que gosta de decorar as últimas frases de vida de grandes personalidades da história. É aquele típico miúdo geek com que todos gozam na escola, mas que tem objetivos de vida cientes e que está em busca do seu Great Perhaps, últimas palavras proferidas por François Rabelais, um escritor do século XV. Para não ter que esperar o próprio fim para encontrar o seu “Grande Talvez”, Miles decide fazer as malas e partir.
É no Alabama que conhece Alaska Young (Kristine Froseth), também conhecida como a Nola Dolan de The Truth About the Harry Quebert Affair ou Kelly Aldrich de The Society. Uma miúda, também ela, peculiar, que à primeira vista parece ser aquela típica cute popular girl, mas que vive assombrada pelos seus demónios interiores. De personalidade forte e claramente feminista, diz tudo o que pensa sem pensar nas consequências. O “General no Seu Labirinto”, de Gabriel García Márquez, é o seu livro preferido e é dessa história que faz um pacto com Miles. Há uma química clara entre eles desde que olham uma para o outro pela primeira vez, uma relação que ao que parece irá fazer correr muita tinta.
A série é passada no ano de 2005, naquilo que se parece com um campo de férias, mas que afinal é um género de colégio interno, Culver Creek. Com um diretor um tanto ou quanto estranho e umas cabanas sem ar condicionado, este teen drama tem tudo para ser a sensação desta fall season.
Com uma fotografia incrível, paisagens memoráveis e uma banda sonora ainda melhor, Looking for Alaska é de ver e chorar por mais. Mesmo não tendo lido o livro, vários comentadores confirmam que está deveras fiel à sua narrativa, tanto até nos mais ínfimos pormenores. Fiquei até com vontade de ler antes de continuar a ver a série.
Se estão familiarizados com o trabalho de John Green, este propõe-se a ser mais um grande êxito. Quem chorou em The Fault in Our Stars ou se intrigou em Paper Towns vai ficar abismado com a qualidade desta produção, onde a literatura, o conhecimento e a busca pelo porquê da vida estão intrínsecos em cada diálogo.
Margarida Rodrigues Pinhal