Carnival Row é a nova aposta de fantasia épica da Amazon Prime, protagonizada pelas caras conhecidas de Cara Delevingne e Orlando Bloom. Nesta realidade fantástica o mundo é partilhado entre humanos e criaturas mágicas, como é o caso das fadas, que adquirem um papel central nesta série. Mas alguns humanos não aceitam esta mistura de seres e atacam Tirnanoc, cidade habitada por fadas. Com uma condição comparável a refugiados, as fadas que sobrevivem acabam por procurar auxílio na cidade de Burgue, habitada maioritariamente por humanos, onde têm uma vida difícil com problemas como a fome e a prostituição.
Bem, a primeira coisa que me saltou à vista quando comecei a ver o episódio foram os cenários! Wow! A cidade de Burgue é caracterizada como uma espécie de cidade vitoriana de Inglaterra, com os seus mercados de rua e roupa típica da época e consegue-se perceber a atenção ao detalhe que a equipa de decoração teve. Também a cor meio cinzenta das cenas e a deslocação da câmara contribuem bastante para o look de uma série histórica.
Com estes primeiros minutos fiquei com muitas expectativas para o resto do episódio, mas a parte da história em si acabou por me desiludir um pouco. O romance principal é entre a fada Vignette e o investigador humano Rycroft Philostrate, que Vignette pensa que morreu durante a guerra. Não sou a maior fã de romances e este primeiro episódio apresentou a história deles de forma super dramática e sinceramente não me convenceu. O mais interessante foi mesmo a forma como a sociedade é caracterizada: os humanos são completamente racistas e xenófobos contra as fadas, que como “refugiadas” foram invadir a sua cidade e retirar os seus empregos. Parece familiar? Há claramente uma comparação à nossa sociedade atual e aos recentes problemas com a emigração, crise dos refugiados e sentimentos gerais de nacionalismo e superioridade. Neste ponto acho que a série é muito importante e fico contente por estes temas serem falados.
Talvez para grandes fãs de fantasia esta seja uma série a espreitar, é de louvar o nível de produção e a interpretação de todo o elenco. Ficou a faltar uma história um pouco mais cativante, com menos guiões que já foram repetidos mil vezes no mundo das séries.
Ana Oliveira