The Twilight Zone, de Rod Serling, quem nunca ouviu falar? Quem, em situações estranhas, não usa ainda a expressão “Isto foi muito Twilight”? Bom, sou só eu? E a música icónica, que durante tanto tempo serviu de toque de telemóvel!
O revival de umas das minhas séries de eleição chegou-nos no último dia 1 de abril, pela CBS (e não, não foi April’s fool). Vi os episódios da série de 2002, e alguns outros das edições de 1985 e 1959 (e original), ainda que não tenha sido daquelas séries que segui à risca porque, enfim, os tempos eram outros, assim como a idade.
Este primeiro episódio, de um total de dez, conta-nos a história de Samir Wassan (Silicon Valley) um comediante em falência que é aconselhado por J.C. Wheeler (Tracy Morgan) a usar histórias reais para fazer o público rir. O que Samir não está a contar é que sempre que utiliza o nome de alguém, para fazer os outros rir, essa pessoa desaparece, de forma que nunca tenha sequer existido se não na sua própria cabeça. Quando o enaltecem dizendo you killed it, Samir leva-o certamente à letra.
Muito provavelmente quem nunca viu nada de Twilight Zone não sabe é que esta série não precisa de muito para nos surpreender e deixar boquiabertos. Os planos são fechados e concentrados em poucas personagens, o guião não é fenomenal e não dispõe de grandes histórias. Neste episódio pouco mais nos é apresentado do que dois ou três espaços diferentes. No entanto, a riqueza reside no misticismo da série, onde com certeza a dada altura soltamos um valente what the hell.
Como fã do género sou um bocado suspeita, mas para quem pretende começar a ver, e aconselho vivamente que o façam, a série não cansa, é uma antologia. Esta nova “versão” de 2019 traz-nos um vasto leque de atores conhecidíssimos, entre os quais posso destacar Adam Scott, Steven Yeun, John Cho, Ginnifer Goodwin, sem desprimor pelos que não nomeei, mas podia encher páginas com os nomes.
Este relançamento traz-nos, ainda, Jordan Peele como narrador e um dos produtores executivos.
Vejam, mas vejam mesmo, ainda que a opinião do público em geral, neste momento, não seja a melhor, vale a pena ver e tirarem as vossas próprias ilações. Com certeza, pela curiosidade, ainda vão dar uma espreitadela nas edições mais antigas.
Ana Galego Santos