[Pode conter spoilers]
Sabem quando começam a ver uma série e não fazem absolutamente ideia nenhuma daquilo que podem esperar? Foi completamente à nora que me aventurei neste episódio piloto de Wayne, a nova série do YouTube Premium, que tem como produtores executivos Paul Wernick e Rhett Reese, de Deadpool, filme que nunca vi.
Há séries sobre as quais é difícil falar ou escrever e esta é uma delas, mas não o digo isto num sentido negativo. Gostei bastante do que vi, até porque é diferente de todas as que andam por aí. É claro desde os primeiros minutos que há algo de único em Wayne e isso já é dizer muito! Para já, o personagem principal, um miúdo do liceu, não se insere nas habituais categorias típicas de personagem. Não é apenas uma coisa, um rótulo, parece alguém que iremos conhecendo aos poucos e que realmente queremos ver. Depois, as interações dele com outros personagens são… algo interessantes. Com a miúda que apareceu a vender bolachas; com a senhora que cuida do pai dele, que está doente; com o próprio pai; com o amigo castiço que quer as revistas antigas de raparigas nuas… Basicamente, tudo o resto acaba em porrada.
Faz lembrar um pouco o ambiente de Shameless, de pessoas que vivem na pobreza, mas com um conceito muito diferente de série. Desfrutei realmente daquilo que vi. A série é mexida, tem uma piada especial que muitas deveriam invejar e depois tem ainda a grande vantagem de parecer muito genuína. Deixou-me com imensa vontade de ver o episódio seguinte, porque nem sequer consigo imaginar o que vai acontecer daqui para a frente.
Wayne partiu com Del, que se tornou namorada dele basicamente há cinco minutos, para a Florida, onde vai procurar o tipo que ficou com o carro que tinha sido comprado pelo pai e que agora que ele morreu deveria pertencer-lhe. Ah, tipo também com quem a mãe dele fugiu. Aposto que a coisa vai acabar em pancada! Depois impõe-se saber se os miúdos vão voltar ou se ficarão pelo estado do sol. Não é como se tivessem alguém à espera deles em casa de braços abertos para os receber.
Não é nada o tipo de série de que à partida gostaria, mas aconselho bastante. Posso resumir as coisas com uma palavra: refrescante.
Se quiserem, podem ver o piloto aqui e para os mais distraídos, como eu, saibam que é possível ir às definições, debaixo da barra de reprodução, e escolher a língua em que querem colocar as legendas.
Diana Sampaio