Project Blue Book, a nova série do History Channel, é baseada num programa que a Força Aérea dos Estados Unidos da América realizou durante os anos 50 e 60. A Força Aérea recrutou o professor universitário de Astrofísica Allen Hynek (Aidan Gillen) para investigar, de forma clandestina, alguns acontecimentos maioritariamente relacionados com OVNIs.
“The Fuller Dogfight” começa com um encontro entre o Tenente Henry Fuller e o que parece ser um objeto voador não identificado, muito brilhante. É este acontecimento que leva a Força Aérea dos Estados Unidos a chamar o Dr. Allen Hynek, especialista em Astrofísica. Aquilo que parece uma tarefa simples, acaba por se revelar o contrário, com o Comandante Michael Quinn (Michael Malarkey) a fazer todos os possíveis para impedir que o Dr. Hynek siga em frente com a teoria de que aquele objeto brilhante no céu pode ter origem não terrena. Por outras palavras, as teorias mais “absurdas” que o Dr. Hynek possa ter têm de ser desacreditadas.
É impossível não fazermos comparações com The X-Files. Apesar de as aventuras da Scully e do Mulder serem ficção, a série debruça-se sobre a mesma premissa de Project Blue Book. Temos a autoridade do Governo a tentar manter estes casos contidos, para não assustar a população mundial, e ao mesmo tempo uma personagem que vontade de descobrir mais sobre estes acontecimentos estranhos, mesmo sem o apoio da entidade que o contratou.
Quinn tenta convencer Hynek de que o que Fuller viu foi um balão de sinalização, por essa razão vai fazer uma simulação do que terá acontecido, com o professor, num caça e na mesma altura do incidente original, à noite. Os dois homens acabam por se despenhar, tanto era a vontade do comandante de provar que Hynek estava errado. É no pós-queda que aparece uma personagem de preto, com um chapéu, uma personagem suspeita que não temos a certeza se será real ou apenas imaginação da mente do Dr. Allen. Esta personagem volta a aparecer, dando-nos novas pistas de quem poderá ser e fazendo-nos perguntar mais uma vez se será real ou não (extraterrestre?).
O Dr. Allen Hynek é casado e parece haver uma tentativa por parte dos produtores e argumentistas da série de fazerem uma narrativa paralela com a mulher de Hynek… Mas que poderá não ser tão paralela assim. Susie Miller (Ksenia Solo) conhece Mimi Hynek (Laura Mennell) “por acaso” numa loja e parece haver logo desde o momento em que se cruzam uma cumplicidade entre as duas mulheres, dando a entender que as duas poderão vir a tornar-se grandes amigas. Contudo, a última aparição desta personagem mostra que aquele encontro pode ter sido mais planeado do que o que nos pareceu. Tanto Susie como o homem do chapéu aparecem aqui como personagens misteriosas, que espero que sejam mais explorados nos episódios seguintes.
A série decerto agradará a todos os fãs de The X-Files e aos interessados na temática dos extraterrestres e das conspirações governamentais, mas não sei se irá captar a atenção de outro público. O episódio cumpriu o objetivo de um piloto, fez uma apresentação da trama, das personagens, estava bem estruturado e os desempenhos dos atores foram bons, mas estava à espera de mais. Não me perguntem o que é que faltou, porque não consigo dizer. Não sei se é por ser uma grande fã de The X-Files e estar à espera de uma dinâmica diferente, talvez entre os protagonistas, mas não creio que tenha sido somente disto que me senti falta no episódio. Contudo, tenciono continuar a acompanhar os próximos episódios, até porque sou grande fã destes temas e espero sinceramente que os episódios seguintes me consigam agarrar.
Cláudia Bilé