Mais um dia, mais uma série não-americana na Netflix! Estou cada vez mais acostumada a balançar a imagem com as legendas. É estranho o quão habituada estava às séries americanas. As séries europeias são mais familiares para mim pelos hábitos dos personagens, das paisagens.. Mesmo que a Alemanha seja um país bastante diferente de Portugal… Não sei. Só a ver séries de origem europeia me apercebo o quanto somos diferentes dos americanos. Calma, não estou a dizer que seja uma coisa má. Somos apenas muito diferentes.
A série é baseada no livro Perfume do também alemão Patrick Süskind e no filme de 2006, Perfume: The Story of a Murderer.
O episódio começa com um assassinato. Uma cantora quasi-famosa, Katharina Laüfer é brutalmente assassinada, tendo-lhe sido removido o cabelo, o pelo das axilas e da vagina. Acreditem, não é uma imagem bonita de se ver.
Uma coisa que tenho gostado nos últimos tempos é que já não tornam as vítimas de assassinatos que são normalmente temas centrais de uma série (ou um filme aliás) nuns santos/as. Antes, lembro-me que em série policiais quase todas as pessoas assassinadas eram umas santinhas do pau oco. Oh, mas esta Katharina era tudo menos uma santa. Para além de tudo aquilo que ainda temos para saber sobre ela, descobrimos no primeiro episódio que era muito, muito negligente com o filho e mantinha relações com homens casados. Só pela primeira descoberta percebe-se logo que era um pequeno monstrinho.
Digo-vos uma coisinha, estou mortinha para saber todos os segredos do grupo de amigos de Katharina. Ok, já se sabe o normal que eles estão todos envolvidos num mistério e muito provavelmente fizeram asneira da grossa. Bom, eles parecem ser tão bons que o um dos casais desconfia um do outro em relação à morte de Katharina. Ahaha adoro! Desculpem estar a ser mórbida. Depois de Élite, estava a precisar de ver a história de uma morte um bocadinho mais pesada e mais… não sei. Picante. Mais adulta também.
Ainda falando do grupo de amigos. Roman e Elena (o casal) parecem ter sérios problemas mas Jens, pela sua pequena cena com a assistente mostra logo o tipo de pessoa que é. Ou seja, parece ser tão boa pessoa como Katharina. E, claro depois temos Daniel, que passa o episódio todo no psiquiatra e Jens não se coibe de o confrontar acerca da morte da amiga… pseudo-amiga… ex-amiga?
Outra relação que achei extremamente interessante foi a dos polícias. Nadja e Staatsanwalt. Ele, um homem casado e com dois filhos. Ela, uma mulher bela e jovem que parece estar caidinha pelo chefe. E ele brinca e faz dela o que quer. Uma pessoa sofre.
Nadja parece ser das personagens mais tem para oferecer. É uma excelente detetive e seguiu todas as pistas certas, ao contrário do amante (que é um grande sacana, digo-vos já). Tenho a certeza que ela é que vai desmistificar esta trapalhada toda. Cheira-me que vai começar por encostar aquele grupinho de m… amigos (perdoem-me, mas ainda corrigi a tempo) um por um. Duvido que seja fácil, ainda por cima alguns dele têm posições de poder.
Se acho que Perfume vai ter um ritmo e vai andar a engonhar até descobrirmos o assassino ou até o mesmo ser apanhado? Oh, yes. Mas também acho que Katharina não vai ser a única vítima e que isto não foi um crime “interno”. Mas mesmo assim, algo mais se passa aqui. Mistérios, mistérios…
Vão ficar desse lado para ver? Eu sim!
Maria Sofia Santos