No passado dia 25 de março, Trust fez a sua estreia no canal FX. A minissérie, cuja primeira temporada contará com 10 episódios, foi criada por Simon Beaufoy e realizada por Danny Boyle e é baseada no caso verídico do rapto de J. Paul Getty III (interpretado, nesta série, por Harris Dickinson).

Após o suicídio do seu herdeiro, Getty (interpretado por Donald Sutherland) vê-se forçado a escolher o seu novo sucessor. O seu desdém pelos seus outros filhos leva a que este considere Paul, o seu neto de apenas 16 anos, que aparece em busca de alguns milhares de dólares para saldar uma dívida.

Este primeiro episódio faz um bom trabalho ao caracterizar tanto Paul como o seu avô. Enquanto Paul é um rapaz bem-educado e sem grandes luxos, Getty é um homem frio, a quem só interessa o dinheiro e o seu harém de mulheres. Apesar das suas diferenças, estes dois personagens encontram algumas semelhanças no que toca à sua independência ou ao seu gosto por arte e por mulheres.

Ainda que, inicialmente, Paul nos seja apresentado como sendo muito diferente dos “abutres” da sua família, percebemos, gradualmente, que fazer parte de uma família deste género tem as suas consequências. A proximidade a tanto dinheiro leva a que Paul planeie o seu próprio rapto, o qual tem resultados inesperados e desastrosos que acredito serão abordados nos próximos episódios.

Apesar de não fazer propriamente o meu género, fiquei surpreendida com Trust por vários motivos, um deles sendo a estética bastante apelativa que confere a esta série um toque negro, que me faz lembrar um pouco o ambiente da série American Gothic, cancelada em 2016. O casting, a interpretação e a caracterização destas personagens também foi muito bem conseguido.

No geral, fiquei bastante satisfeita com este episódio piloto de Trust. Não tenho a certeza se continuarei a ver a série, mas é sem dúvida alguma uma aposta arrojada e, na minha opinião, bastante promissora.