Bellevue segue Annie Ryder (Anna Paquin), uma detetive da pacata e misteriosa Bellevue. Neste piloto podemos acompanhar o desaparecimento de Jesse Sweetland (Sadie O’Neil), a estrela de hóquei da cidade e que viu a sua transexualidade ser exposta recentemente.

Paralelamente assistimos a vários momentos da infância de Annie, depois da morte do pai, um talentoso detetive que cometeu suicídio após não conseguir resolver o homicídio de uma jovem. Annie começa a suspeitar que o desaparecimento de Jesse está relacionado com as duas mortes.

Apesar do mistério no enredo, é completamente impossível perdermo-nos nesta série devido às falhas de argumentos e representação, entre outras.

Anna Paquin, mais uma vez, prova que não tem categoria para tomar as rédeas de uma série, tornando a sua personagem insípida e desprovida de qualquer tipo de encanto. Quanto ao resto do elenco, apesar de não terem luz que os ofusque, também não brilham sozinhos, nem há ninguém que se destaque.

A falta de movimento e interesse neste episódio não motivam de forma alguma o espectador e nem mesmo o desaparecimento do jovem e as ligações ao passado da protagonista são capazes de captar o interesse de quem está a assistir ao episódio.

Não posso deixar de achar que a questão da identidade de género de Jesse seja uma tentativa desesperada dos produtores de atrair as atenções do público, como se a confiança deles neste piloto fosse reduzida ou até mesma nula.

As personagens são clichés numa típica cidade cliché e tentam criar uma série de detetives cliché e que representa tudo aquilo que não queremos ver num piloto, muito menos numa temporada completa. Após isto, não posso deixar de concordar com o cancelamento prematuro da série no seu país de origem, o Canadá, embora tenha estreado só agora nos Estados Unidos.

Beatriz Pinto