Bom, o que dizer deste episódio da terceira adaptação das obras de Margaret Atwood? Wandering Wenda é uma série infantil muito popular e o que dizer de The Handmaid’s Tale? A série da Hulu foi um enorme sucesso tanto nas críticas como no público.
Alias Grace é distribuída pela Netflix e, claro, naquilo em que a Netflix toca raramente faz asneira. Às vezes acontece, mas aqui não foi o caso. Muito pelo contrário!
Atwood baseou-se na história verídica de Grace Marks, uma jovem irlandesa que se mudara para o Canadá. Nos últimos quinze anos, Grace tem estado presa por homicídio numa sentença de prisão perpétua. Claro que uma jovem assassina desperta a curiosidade de muitos. Não é de estranhar que Grace fosse popular naquelas bandas. Tanto que até contrataram um psiquiatra para poderem libertar Grace mais cedo.
Grace é uma personagem muitíssimo interessante e já deu para perceber que a atriz Sarah Gadon está mais do que à altura do desafio de carregar a série às costas e isto não é uma coisa má. A série é sobre Grace e é dela que eu quero gostar, ela é que é a estrela. A personagem é claramente mais inteligente do que deixa transparecer. Já anda neste jogo de médicos e advogados há tempo suficiente para saber que o seu cérebro é o seu bem mais precioso. Mais… Grace parece ser uma rapariga adorável e encantadora, mas ainda não entendi qual foi o papel dela naqueles homicídios. Será que que foi mesmo ela? Por acaso não me custa acreditar nisso.
A melhor parte foi sem dúvida a interação de Grace com o Dr. Jordan. Ele a querer saber o que se passou com Grace na altura do assassinato, mas ela consegue desviá-lo magistralmente para a sua história. Porque se calhar é isso mesmo que faltou aos outros para condenarem Grace. A sua história. O que sofreu na viagem para o Canadá. A morte da mãe no navio. O fardo e a dificuldade em tomar conta dos irmãos. Lidar com o pai alcoólico. Tudo o que vivenciou vai ajudá-lo a entender o que se passou naquela casa no fatídico dia.
Tudo o que aconteceu neste episódio eu gostei. O guarda roupa, a atmosfera de falsa serenidade, a música, os olhares trocados. Aquele olhar azul de Grace que deixa uma pessoa com arrepios na espinha…
Não sei quanto a vocês, mas a mim conquistou-me! Quero saber o que aconteceu à rapariga. Vamos a isto?
Maria Sofia Santos