Floyd Money é um comediante de stand-up que é conhecido no mundo do pequeno espetáculo por ser bastante engraçado, mas por alguma razão não consegue fazer a sua grande estreia no mundo Hollywood e tornar-se “white Famous”. Até que, um dia, Floyd é gravado a enxovalhar um dos maiores produtores de Hollywood no momento em que está a ter uma atitude completamente racista enquanto está bêbado e, para se desculpar, oferece a Floyd um lugar ao sol, num filme com Jaime Foxx.
Floyd Money está atualmente separado da mulher e tem um filho. Curiosamente, esta é uma separação muito amigável, uma vez que Floyd não parece ter qualquer problema em estar amigável (e um pouco mais) com a sua ex-mulher/namorada. Parece que a sua separação é apenas porque Floyd dedica demasiado tempo à sua comédia sem encontrar uma saída para a sua grande estreia e talvez isso seja algo… resolvível.
O agente de Floyd é outro exemplo estereotipado: indiano, wannabe-caucasiano, um tanto ou quanto racista e atrás da mulher dele. É fraco, para ser sincera. E a relação entre eles os dois é fraca e as piadas são bastante fracas.
O conceito de White Famous é que um ator de etnia negra seja tão conhecido que agrade não só à etnia negra, mas também à etnia caucasiana, assim como foi o caso de Eddie Muyphy, o ídolo de Floyd Money.
E assim é: Floyd consegue entrar numa audição para o filme com Jamie Foxx, mas depara-se com o maior dos seus obstáculos, ter que usar saia. Ora, esta cena pretende ser uma sátira de humor negro à condição não falada de que um homem negro, para ter piada, tem que se vestir de mulher. Assim Floyd entra no camarote de Foxx e dá com ele vestido de mulher e a tentar convencê-lo a fazer o mesmo.
Ora, Floyd recusa-se a vestir de mulher e pensa que nunca vai conseguir a sua grande estreia no mundo de Hollywood, mas Jamie Foxx é uma pessoa com uma mente para além do estereótipo e quer trabalhar com Floyd, mais que não seja pela sua teimosia e veemência em não usar o vestido.
E assim, Floyd começa a sua grande estreia e a sua grande caminhada para se tornar white famous.
E é isto. Sendo bastante honesta com vocês, acho que a série tem bastante mais potencial do que aquilo que me parece que lhe foi dado. A única personagem cativante aqui é mesmo Floyd Money e é porque o ator tem piada e a personagem tem piada. Só. O resto das personagens parecem-me um bocadinho… deslocadas.
O guião é um conjunto de piadas de humor negro e desconstrução do estereótipo racista de Hollywood, o que dá um certo destaque e uma certa pinta a esta série. O que me parece – e aquilo que me deixou com a sensação de que dois ou três episódios depois irei desistir – é que esta série é um bocadinho superficial, não há nada profundo na história de Floyd nem nada intrínseco na relação dele com o agente, com a família ou até mesmo com os atores, que prenda o espectador a mais uma série de comédia.
É uma pena, mas ou a série cresce em argumento ou então não durará muito.
Joana Henriques Pereira