Sheldon Cooper é, e sempre será, a maior estrela de The Big Bang Theory. Tanto que a sua juventude mereceu ser transformada numa série, tornando-se assim no primeiro spin-off da série. Mas será que valeu a pena?
Eu costumo ser cética em relação a episódios piloto. Há alguns fraquitos e depois a série vai melhorando exponencialmente, outros mesmo bons, mas depois apercebemo-nos de que é só isso que a série tem para oferecer. Com Young Sheldon o primeiro caso não se aplica. O resto teremos de esperar para ver.
Na série-mãe, Sheldon faz muitas vezes referências à sua infância no Texas e muitas vezes nos rimos ao imaginar o físico teórico com o seu QI muito acima da média e… chamemos-lhe feitio especial, a crescer no seio de uma família católica e com dois irmãos bem diferentes de si (mas também já nos basta um Sheldon!).
Primeiro que tudo, excelente escolha de elenco. Nunca pensei que arranjassem atores que encaixem tão bem nos papéis. Zoe Perry, que faz de Mary Cooper mais nova é a filha da atriz que tem o mesmo papel na série-mãe, Laurie Melcalf, e os produtores usaram isso muito a seu favor. Além disso, Perry já trata a sua jovem Mary por “tu”. Iain Armitage apanhou bem os tiques criados por Jim Parsons e, apesar da sua tenra idade, ele conseguiu que acreditássemos que aquele pequenito era mesmo o irritante Sheldon de The Big Bang Theory.
Relativamente a George, George Jr. e Missy pouco sabemos. Foi falado várias vezes pelo Sheldon adulto que o pai gostava de beber, mas nunca soubemos se ele era apenas um bêbado ou se havia alguma razão pela qual George Cooper afogava as mágoas no álcool. Em Young Sheldon é-nos logo dada uma pequena – grande – ideia. George perdeu o emprego que adorava e ficou preso a um inferior – embora como treinador também. Nunca nos foi dado a entender como era a relação de Sheldon com o pai e podem usar isso neste spin-off. Ao contrário de Mary, que aceita o filho como é e defende-os com unhas e dentes, George ainda fica intimidado com a genialidade do filho. Isso claro que não quer dizer que não adore Sheldon. Gostei bastante de George Sr. e espero que o personagem seja bem explorado. Já o irmão, George Jr., é mais do que um jogador de futebol que adorava provocar e sovar o irmão. Ele sente-se intimidado pela inteligência dele e isso começa a piorar quando o irmão vai para a escola dele, apesar de ser cinco anos mais novo. Por fim, Missy é a mana gémea de Sheldon, mas os dois não podiam ser mais diferentes. Missy chegou a aparecer na primeira temporada, mas, ao contrário de Mary, ficou-se por aí. Sabemos que gosta de provocar o irmão (quem não?), mas pouco mais se viu. Mais ainda há muito para ver.
E em relação ao primeiro dia de liceu de um Sheldon Cooper de 9 anos? Claro está que só podia correr assim, foi o Sheldon a ser o Sheldon. A causar o caos e a não querer saber do que os outros dizem. Por agora, tudo muito bem.
Se este Young Sheldon tem pernas para andar? Pelo episódio parece que sim, até porque há muito material para explorar. Basta os produtores não darem esta série como certa só porque vem de onde vem e está bom para seguir. Venha mais mini Sheldon!
Maria Sofia Santos