The Brave é uma das novas apostas da NBC nesta nova temporada de séries. É uma série do criador Dean Georgaris, que já conta com alguns títulos interessantes no cinema, como Tristan + Isolde, Paycheck (Pago para Esquecer) e Lara Croft Tomb Raider: The Cradde of Life (O Berço da Vida) e que tenta agora dar cartas na produção televisiva.
Esta série centra-se em forças especiais americanas que agem estrategicamente em territórios dominados pelo terrorismo. Neste primeiro capítulo, o cenário é a Síria e temos uma médica dos Médicos Sem Fronteiras raptada por um grupo terrorista, justamente para salvar a vida a um dos seus líderes. A ação desenrola-se em dois núcleos, o do terreno, onde uma equipa liderada por Adam Dalton – personagem de Mike Vogel (Under the Dome), que faz o papel do típico “marine”/”herói americano” – executa os planos estrategicamente desenhados pelo outro núcleo, a Central de Inteligência. A Central parece-me o núcleo mais forte, comandado por Patrícial Campbell (Anne Heche), porventura a personagem mais interessante, que aparenta ser uma mulher de armas, ocultando a dor de ter perdido recentemente um filho. A seu lado tem Noah (Tate Ellington, que sai da “central de inteligência” de Quantico para a de The Brave).
A meu ver trata-se de uma fórmula genérica que fica muita aquém daquelas que já afirmaram a sua marca no mesmo género, como são exemplos óbvios Homeland e Scorpion. E no que falha? Em primeiro lugar, falta a carga e tensão dramática constante de Homeland, falta o jogo político (que ainda poderá aparecer em episódios futuros), falha porque a ameaça é muito pouco credível, com os terroristas a fazerem lembrar o desempenho medíocre dos terroristas do revival de Prison Break. Exemplo disso mesmo é a facilidade surreal com que este caso é resolvido. Por outro lado, falha redondamente ao não nos apresentar os personagens minimamente de modo a deixar-nos algum interesse e curiosidade em sabermos mais sobre eles ou de modo a criarmos desde já algum laço empático.
Tendo sido já resolvido o caso da médica raptada, estou em crer que cada episódio trará um caso diferente que se resolverá nos 40 minutos semanais, o que poderá ser uma vantagem para conquistar fãs que apenas queiram ver um pouco de ação e jogadas militares táticas sem se preocuparem em seguir regularmente a série para não perder o fio à meada.
Digamos que se trata de uma série razoável para o género, não arriscando muito e seguindo uma fórmula familiar, com um tom bastante mais leve. Porém, razoável poderá não ser suficiente numa altura em que algumas séries já com várias temporadas conquistaram um público fiel e, sobretudo, numa altura é que este tema é bastante explorado. Duvido que os fãs queiram seguir dois ou três dramas militares semelhantes pelo que, para além de “lutar” com as veterenas, The Brave terá ainda de dividir atenções com Valor da CW e com SEAL Team da CBS. Não prevejo tarefa fácil para este The Brave.
André Borrego