Beyond é mais uma das estreias deste ainda recente 2017 e parece focar a sua história numa mescla de ambiente mistério e sci-fi, com uma sinopse que à partida teria tudo para tornar a série deveras interessante. A aposta neste género de série está evidentemente a crescer e a Freeform parece não querer perder caminho na atual competitividade entre canais/produtoras de séries de TV.
A premissa deste primeiro episódio parece ser simples: um rapaz, Holden, vive uma vida normal, com a sua típica família e amizades até que na noite de uma chuva de meteoros algo de sobrenatural acontece no meio de um bosque, o que faz com que na seguinte cena já só vejamos Holden acordar de um coma que durou 12 anos, mas que aparentemente não apresenta qualquer sintoma esperado de alguém que por tanto tempo esteve incapacitado: nenhum atrofio muscular e nenhum dano na sua atividade mental e cerebral.
De volta a casa, Holden tem o primeiro jantar de família em muito tempo, mas é na hora de dormir que a história se adensa, quando o rapaz vê nos seus sonhos um homem de idade e uma rapariga, num ambiente flamejante e sinceramente algo estranho e a roçar muito a ficção científica para o meu gosto. Com isto tudo, o jovem acorda no meio de um bosque sem saber como foi lá parar. A próxima cena com algum impacto passa-se num supermercado, onde o protagonista encontra uma jovem idêntica à do seu devaneio durante o sono e a mesma lhe transmite a ideia de que não deve confiar em ninguém, nem mesmo nas pessoas mais próximas dele, como é o caso de Kevin, um amigo de infância, mas que neste pilot vemos que está envolvido com alguém que pretende aprisionar o jovem recém-chegado à realidade, 12 anos depois.
O episódio segue para o seu término quando percebemos que Holden tem capacidades fora do normal após conseguir salvar Kevin da morte certa, desferindo um soco no chão capaz de fazer projetar três bandidos que ameaçavam os jovens. Tudo um plano elaborado pelos rebeldes que tentavam capturar Holden, para que ele mostrasse o seu verdadeiro potencial sobre-humano. Para salvar o dia surge a rapariga com que o jovem se tinha cruzado no supermercado e leva-o, para sua segurança, explicando-lhe que, durante os 12 anos de coma, Holden esteve “vivo” numa espécie de outra dimensão.
Não há muito mais neste episódio, a verdade é essa. A história irá desenvolver-se certamente baseada num “vai-vem” entre os flashbacks de Holden e a sua vida no presente, com os seus poderes a aparecerem e a dúvida no controlo que o rapaz poderá ter sobre os mesmos e no que realmente se passou nos 12 anos em que esteve em coma.
João Alves