Crisis in Six Scenes – 01×01 – Episode 1
| 05 Out, 2016

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Em tempos difíceis nos Estados Unidos, uma família dos anos 60 minimamente feliz recebe um visitante invulgar que muda o seu lar doce lar “de pernas para o ar”.

Como fã inquestionável do cinema de Woody Allen, não iria deixar a oportunidade de ver a primeira experiência do realizador numa série de televisão, mas confesso que fiquei um pouco assustado assim que as primeiras impressões dos críticos norte-americanos começaram a massacrar verbalmente esta investida de Allen na televisão.

Crisis in Six Scenes, dividida em seis episódios curtíssimos, fica, de facto, muito aquém das capacidades de Allen como autor. Digamos que é ligeiramente melhor do que os críticos andam para aí a dizer, mas não consegue chegar ao patamar de qualidade que Allen, por norma, alcança. A figura de Woody Allen é uma muito peculiar. Ele é um filósofo das ideias. Um crítico de si mesmo. Uma pulga elétrica que despeja pensamentos para o ecrã mesmo que, muitas vezes, se tornem quase impercetíveis aos espectadores. Somos literalmente afogados na mente de um homem hiperativo que é tão culto e tão inteligente que nos faz sentir absolutamente incultos e idiotas.

Mas esta é precisamente a característica mais notória de Allen. É esta sua faceta que torna o seu cinema tão único e tão fabuloso. O problema com a sua primeira experiência televisiva é precisamente o formato em série. Em 20 minutos somos levados para o seio de uma família que não conhecemos, que historicamente está deslocada, e não somos integrados em nenhuma narrativa específica. O humor está lá. A marca de Allen está lá. Mas há algo que não está bem… O que falta em Crisis in Six Scenes é precisamente uma contextualização; algo palpável que nos intrigue; uma ideia concreta.

Ainda que tenha falhas bastante fortes, a série de Allen ainda consegue arrancar umas piadas bem divertidas mesmo que por pouco tempo. Longe de ser um registo magnífico de Allen, mas também não é abominável como os críticos pintaram.

Tirem as vossas conclusões porque, com tanta série má hoje em dia, esta (que é, de facto, mázinha) acaba por parecer uma obra-prima, mas ilusões à parte, foi boa a tentativa, Allen, mas mantém-te no cinema!

Jorge Lestre

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