Sam é uma atriz que vive com as suas três filhas de diferentes idades. Sendo mãe solteira, Sam passa pelas dificuldades de criar três “diabretes” enquanto trabalha no ramo da 7.ª arte, o que, para ela, se revela mais complicado do que normalmente é.

Uma premissa simples, atores competentes, realização banal e, no entanto, um exercício de televisão cheio de coração. Escrito e realizado por Louis C.K., Better Things é uma viagem fantástica pela aventura que é ser-se mãe. Pamela Adlon, uma contribuidora regular dos projetos de C.K., encarna aqui uma personagem flexível e, no entanto, bastante invulgar no que toca aos clichés. É um piloto simples, sem grandes desenvolvimentos, mas a sua mensagem é extraordinária.

Better Things é mesmo capaz de ser uma das séries mais importantes desta fall season. Não só se foca num tema tratado com uma espontaneidade fora do vulgar na televisão, como não poupa umas piadas bem típicas à la Louis C.K. As personagens são ainda pouco estudadas, mas Pamela Adlon é brilhante no seu papel. As filhas, de diferentes faixas etárias, são um retrato dos pesadelos mais comuns de todos os papás e mamãs do mundo. A adolescente é rebelde, contestatária e irreverente. A mais nova faz as típicas birras: “mamã quero isto! Mamã quero aquilo!”. A do meio é tão chegada à mãe que não sabe distinguir os limites. Tudo clichés do quotidiano familiar que recebem uma injeção de originalidade humorística como nunca antes visto em televisão.

É aqui que a simplicidade de Better Things leva a melhor. Um tema banal tratado equilibradamente com doses de drama e humor sem parecer demasiado exagerado nem demasiado idiota. Esta série é um tributo de C.K. às suas filhas, contando precisamente as dificuldades no contexto artístico de educar três filhas sem qualquer apoio. Os convidados famosos também mostram o ar de sua graça: Constance Zimmer, Julie Bowen e Dale Dickey são algumas das caras conhecidas que vão aparecendo ao longo dos 20 minutos de piloto.

Portanto, adicionem esta à vossa lista de séries para ver esta fall season porque, para já, não desilude.

Jorge Lestre