The Tick é um remake da série de 2001 com o mesmo nome. Enquanto Patrick Warburton se mascarava do inseto azul para limpar “A Cidade” de todo “mal com armas” no início do século XXI, é a vez de Peter Serafinowicz mostrar que está à altura do feito.

Ben Edlund volta a assinar o argumento e o resultado é bastante agradável, ainda que com algumas falhas. Durante 30 minutos de piloto somos levados para a vida de Arthur – um homem obcecado com um evento da sua infância. Quando era mais novo, Arthur viu o seu pai falecer numa era em que os super-heróis do Planeta Terra eram algo de real e palpável. Impotentes, estes heróis foram chacinados por The Terror, um vilão alienígena. No presente, a Terra é protegida por Superian, um “Super-Homem” que se preocupa mais com a fama do que em ajudar a população. Superian alega ter aniquilado The Terror, mas Arthur desconfia que a verdade ainda não está exposta. Aqui conhece The Tick e, com ele, pretende criar uma dupla para provar que The Terror ainda existe e que manipula o crime organizado.

A narrativa não diverge muito, mas The Tick consegue ser um exercício bem divertido na forma como conjuga o humor subtil e os clichés dos super-heróis. Não é um Deadpool. Não é um X-Men. É apenas uma versão simplista que satiriza precisamente aquelas pequenas coisas que tornam os super-heróis numa diversão prazenteira. O piloto é pobre em desenvolvimento argumentativo, mas deixa alguma curiosidade para o que virá a seguir. O espectador não consegue relacionar-se com as personagens tempo suficiente para criar empatia, mas é confrontado com uma temática que promete tornar-se bem original em futuros episódios.

Ainda assim, Peter Serafinowicz parece ser uma escolha adequada para o guerreiro tropeço e Jackie Earle Haley como vilão também se mostra interessante, ainda que com pouco tempo de antena (no pun intended).

Portanto, The Tick é ainda muito verde e precisa de mais elementos para poder crescer e florescer em algo mais apelativo para os fãs dos super-heróis. E a duração do episódio parece ser inimiga desta, evolução mas nada como darem uma oportunidade e tecerem as vossas próprias conclusões.

Jorge Lestre