Baseado no filme homónimo de 2009, The Girlfriend Experience tem como produtor executivo Steven Soderbergh (que realizou o filme) e como protagonista Riley Keough, neta do famosíssimo Elvis Presley e uma das protagonistas de Mad Max: Fury Road.
Neste episódio piloto, Christine Reade é ainda uma jovem estudante do segundo ano de direito numa universidade fictícia em Chicago à procura de um estágio numa firma de advogados. Conhecemos a protagonista antes de entrar no mundo das acompanhantes de luxo.
Uma das coisas que reparei primeiro foi nos tons cinzentos da série em geral. Os espaços, o tempo, as roupas… e a própria Christine. Se não soubesse que ela se iria tornar numa acompanhante, este episódio seria o suficiente para me fazer desinteressar dela. É misteriosa, fria e não se parece interessar por muita coisa no mundo. A sua vida parece constar em faculdade, o estágio e conviver com a sua amiga Avery.
Christine sofre também com os problemas financeiros de muitos jovens universitários. Tem a renda atrasada e não parece nada feliz por viver com o ex-namorado(?). Na verdade, ela não parece feliz com nada à sua volta. Exibe uma expressão neutra que não nos deixa sentir empatia, mas é isso que a vai tornar numa excelente acompanhante.
É através de Avery que Christine descobre o mundo novo das acompanhantes. A amiga estava numa relação com um homem mais velho que não vivia na cidade, mas que a deixava ficar na mansão. Provavelmente um homem com mulher e filhos. O luxo da casa e dos carros fascinou Christine. E ali estava uma maneira de poder dedicar-se à carreira de advogada sem se preocupar com dinheiro.
Então Avery resolve marcar uma saída com o namorado e um amigo e leva Christine consigo. A amiga relembra-a várias vezes que Christine não tem de fazer nada que não queira e que aquela saída não tem de acabar no quarto de hotel. Acho que Christine tomou a sua decisão quando viu o envelope recheadinho de notas, apesar de o episódio acabar num cliffhanger.
The Girlfriend Experience não é uma série para todos. Pelo menos no primeiro episódio, foi difícil para mim sentir qualquer empatia por alguma personagem. Aliás, não entendi muito bem (para além de Christine) quem são as personagens principais. Mostraram bastante da vida dela no escritório e a maneira como ela observava o patrão. Será que vai sair alguma coisa dali?
Maria Sofia Santos