Ano novo, vida nova para a ABC Family, que se transformou em Freeform esta terça-feira. Os trunfos da noite? O salto temporal de Pretty Little Liars e a estreia de uma das séries mais aguardadas de janeiro, Shadowhunters. A série é baseada numa saga de livros, intitulada The Mortal Instruments, da escritora norte-americana Cassandra Clare, que conta com seis volumes. Ora, eu sou grande fã dos livros e só me falta o último. É sempre complicado para um leitor assistir a uma adaptação sem tecer um comentário ou dois.
Shadowhunters chega numa altura em que a fantasia começa a entrar em força na televisão americana. Game of Thrones é um sucesso estrondoso. Depois temos Once Upon a Time, não tão bom em termos de qualidade, e que já mostra bem o seu desgaste na quinta temporada. Grimm. Merlin. Entre outras. Recentemente estrearam The Magicians no Syfy e The Shannara Chronicles na MTV. E agora a Freeform lança uma série em que existem Caçadores de Sombras que protegem os humanos de demónios.
Depois do desastre que foi o filme de 2013, City of Bones (nome do primeiro livro) com Lily Collins e Jamie Campbell Bower, os fãs ficaram extasiados com o reboot da saga. Não é todos os dias que há segundas oportunidades. Pessoalmente, fiquei logo de pé atrás quando soube que seria este canal a fazer a nova adaptação. Mas sendo os livros destinados a jovens adultos, ou era a Freeform ou a The CW. Que viesse o diabo e escolhesse.
O elenco era praticamente desconhecido. Conhecia Dominic Sherwood e Katherine McNamara, mas pouco ou nada vi do trabalho de ambos. McNamara não me impressionou muito em The Fosters, mas resolvi manter a mente aberta. Afinal, Nina Dobrev cresceu como atriz em The Vampire Diaries.
Este ‘The Mortal Cup’ soube a pouco, mas poucos são os episódios pilotos que deslumbram. Este foi bom o suficiente para nos deixar curiosos com o segundo.
Clary Fray vive com a mãe, Jocelyn, em Brooklyn e tem a vida pacata e aborrecida de todos nós. O seu melhor amigo é Simon, que tem uma óbvia paixão por ela. Tão óbvia que até tenho pena de Clary por ser tão burra. E quer entrar para uma escola de artes prestigiada, mas então acontece-lhe aquilo que todos nós já sonhámos que acontecesse, aposto. Aparece um rapaz misterioso (e muito, muito giro) que faz a sua vida dar uma volta de 180º. Após Clary testemunhar Jace, Alec e Isabelle dar cabo de uma cambada de demónios na discoteca, a partir daí é toda uma montanha russa de acontecimentos. A mãe é raptada, ela mata um demónio sem querer e “descobre” que a pessoa que considera como pai não é quem parece ser.
A seguir, tudo se passa muito rápido. Jace vai salvá-la quando ela descobre o seu apartamento vazio e destruído e leva-a para o Instituto. Tudo é explicado de maneira rápida e um nadinha confusa. Uau, esta gente tem de voltar à escolinha e aprender a representar outra vez. Somos apresentados aos irmãos adotivos de Jace, Isabelle e Alec, que também são Caçadores de Sombras. Pelos vistos, a mãe dela andava fugida e ela tem na sua posse o Mortal Cup para o proteger das mãos erradas.
Honestamente, não foi um início brilhante. De todo. Os efeitos especiais deixam muito a desejar, Katherine McNamara não convence e Dominic Sherwood não conseguiu mostrar-se um verdadeiro Jace (assumindo que ele tem as mesma características do que nos livros!). Suponho que sim.
No entanto, não é caso para desanimar. Espero eu! Falta saber muita coisa, conhecer muita gente. Isto é só uma pequena amostra do que vem aí. Quem quer ficar esperançoso comigo?
Maria Sofia Santos