Flesh and Bone – 01×01 – Bulling Through (Pilot)
| 09 Nov, 2015

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[Contém spoilers]

Com uma premissa que fazia lembrar um pouco o filme Black Swan, Flesh and Bone prometia apresentar algo interessante, na exploração do mundo do ballet. Quando era criança, durante quatro ou cinco anos, fui bailarina e apesar de ter abandonado o ballet aos 10 anos, ficou sempre a curiosidade e fascínio por aquele mundo.

A abertura apresentou-nos uma música interessante (da banda The Killers), que augurava que viria algo de bom dali. O episódio começa com a protagonista, Claire, interpretada por Sarah Hay (que fisicamente me fez lembrar muito Tatiana Maslany) a sair de casa às escondidas, de uma situação que descobrimos ser de abuso. Sexual e possivelmente de outro tipo, por parte do irmão.

Claire foge e dirige-se à American Ballet Company para fazer audições para o início da nova temporada. A companhia é muito prestigiada, poucos são os bailarinos que conseguem entrar à primeira, mas Claire é talentosa o suficiente e consegue-o, mesmo depois de um interregno de dois ou três anos do ballet. Num mundo recheado de inveja, onde cada uma quer ser a melhor, isto não é bem visto. Claire é uma novata que nem dançou nos últimos anos, portanto se conseguiu entrar deve ter prestado algum tipo de favor sexual a alguém. Pelo menos é o que se ouve nos balneários.

A colega de casa de Claire parece sentir-se particularmente ameaçada e invejosa pelo talento da recém-chegada que, ainda por cima, esteve quase para ser mandada embora depois do seu telemóvel ter interrompido a aula do assustador professor de ballet da companhia. Ele é o tipo de homem de quem nos devemos manter afastadas se formos espertas. Claire caiu nas boas graças dele, mas parece-me que mais cedo ou mais tarde poderá arrepender-se de ter sido alvo das suas atenções. Ele vê nela o futuro da companhia de ballet e decide alterar os planos que estavam já feitos para aquele ano em função de Claire. O novo diretor também parece gostar muito de Claire, tal como o professor desejava que acontecesse. Mais cedo ou mais tarde parece-me que Claire terá de fazer bem mais do que dançar para se dar bem naquele mundo. Um mundo que é sobretudo de mulheres, mas que é ‘liderado’ por homens.

Houve um bom balanço entre a quantidade de cenas de dança e a apresentação dos personagens, em especial da principal, e daquilo que poderão ser algumas histórias paralelas para o resto da temporada (está previsto que seja uma minissérie, embora esteja sempre em aberto a continuação se as audiências forem simpáticas). As drogas e o mundo da noite deverão vir a ter aqui também um papel importante.

O elenco é competente, os momentos de dança dão uma beleza à série que dificilmente se consegue noutras, mas no final do episódio não há aquela vontade de ver o próximo, aquela ansiedade por saber o que vai acontecer. É claro que há um pouco de curiosidade em saber se Bryan vai descobrir onde está Claire e se ela conseguirá aguentar-se na companhia, mas faltou qualquer coisa.

Se calhar a série pecou por ter lançado um piloto com mais de uma hora, que pode acabar por ser cansativo se não estivermos mesmo embrenhados no que estamos a ver. Esta não é, de maneira nenhuma, uma má aposta, mas esperava mais de Flesh and Bone. Espreitem, pode ser que não sejam tão ‘esquisitos’ como eu.

Ah, e preparem-se, logo no início há uma cena em que Claire arranca a unha do dedo do pé e a sério, que impressão! Lembro-me, literalmente, de me ter manifestado com um ou outro grito. Geez!

Diana Sampaio

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