Empire – 02×01 – The Devils Are Here
| 25 Set, 2015

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A longa espera terminou! Empire está de volta e nós vamos acompanhá-la com vocês, discutindo o que de bom e mau acontece, o que podia estar melhor e aquilo que torna esta série num fenómeno televisivo impressionante.

Lucious está na prisão, traído pelos seus dois filhos Andre e Hakeem; ele jura vingança enquanto permanece atrás das grades e entrega a Jamal o encargo de governar Empire na sua ausência. Nisto, durante um concerto, cujo objetivo é puramente sensacionalista, Lucious aprecia o próximo golpe da sua ex-esposa Cookie com uma estranha mulher (encarnada por Marisa Tomei) através da televisão. Jamal está a passar por um mau bocado ao perceber que gerir a empresa lhe rouba todo o tempo, sendo que já não compõe música pela escassez de oportunidades. O “old gang” está todo reunido, Cookie continua efusiva e com a língua afiada, Lucious sempre com a sua postura traiçoeira e os seus filhos em constante conflito.

Há uma melhoria significativa nas performances, especialmente de Jussie Smollett que parece estar ciente que irá ter um destaque ainda maior que na temporada anterior. Até “La Cucaracha” está de volta! E pelos vistos Jamal reatou com ele… ou pelo menos está a tentar. Avançando um pouco, a prisão onde Lucious se encontra recebe um perigoso novo inquilino, Frank (Chris Rock), que foi quem Cookie denunciou para se ilibar da prisão quando o casal Lyon estava envolvido em tráfico de drogas. As intenções de Frank são ainda desconhecidas, mas parece que Lucious tratou bem do recado.

Bem… sem querer estar a desvendar muito do episódio, porque a essência de Empire reside em inúmeros twists e momentos imprevisíveis, vamos analisar então as melhorias desta nova temporada. O enredo continua em constante reboliço, num bom sentido claro, na medida em que continua a apalpar terreno para a ampliar uma história que deve prolongar-se por bastante tempo nas televisões. As performances, como já referi, melhoraram significativamente com claro destaque para Taraji, Terrence e Jussie. Ainda pouco se ouviu de música (que é uma das marcas de qualidade da série para quem gosta do género), mas primeiro há que projetar a história para envolver o espectador.

Lee Daniels sabe exatamente entregar ao público o que ele quer; sabe apalpar o terreno de forma branda, mas com bastante emoção para cativar, ao mesmo tempo que vai criando uma simbiose entre as imagens e os personagens para realçar um enredo aparentemente simplório. Taraji P. Henson é uma força da natureza e Cookie Lyon continua irreverente e explosiva, mas algo parece ter acontecido ao seu guarda-roupa. Uma das características que faz sobressair Cookie na relativamente vasta quantidade de personagens reside nas suas roupas extravagantes e espampanantes, mas o “gorilla dress” que usa na abertura não é compatível com a sua personalidade muito menos com os traços que regem a sua conduta.

A presença de estrelas começa logo “a abrir” com Chris Rock num papel que diverge do seu estatuto de comediante. Rock é Frank, um antigo e perigoso traficante de droga que descobre que foi Cookie quem o entregou ao FBI, mas Rock não é ator para este tipo de séries. Aliás, Rock seria a última escolha para um papel destes porque o seu rosto caricato não se adequa minimamente aos padrões do personagem. Marisa Tomei também aparece e a sua Mimi Whiteman parece ser essencial para o desenvolvimento da história, já para não falar dos talentos da atriz que se adequaram bastante bem às exigências. Ainda que pouco tenhamos visto de Andre, Hakeem e Annika, é Jamal quem “rouba as atenções”. O filho homossexual de Lucious, que ganhou imenso carisma através da sua voz e da sua postura de “vítima social”, fez tanto furor nos fãs que era já previsível que o seu tempo de antena fosse aumentado… e ainda bem! Não só consegue conduzir a narrativa com garra como terá um importante relevo nos twists típicos da série.

Posto isto, o regresso de Empire é bem-vindo, não só porque mantém a história interessante e explora o melhor dos seus atores, como aposta no fator entretenimento de forma criativa com imensas reviravoltas.

Jorge Lestre

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