Depois de ver o pilot de State of Affairs, se me pedissem para resumir a review a uma frase seria: Um enredo original, mesmo pegando em assuntos mais que badalados – CIA, terrorismo, maroscas e assassinatos – mas que deixou a desejar pela interpretação dos atores principais – nem Katherine Heigl nem a Presidente dos EUA transmitiram grande emoção – e pela abordagem feita, que podia ter alimentado muito mais os mistérios mas falhou em fazê-lo. Basicamente, gostei mas não fiquei fascinada. Vontade para ver o próximo episódio… anda a rondar os 60%. Vontade de seguir a série, baseando-me somente neste episódio: 40%.
Não quero fazer desta review um relatório do que se passou no episódio; vou apenas mencionar os pontos mais marcantes e as minhas opiniões acerca dos mesmos. De qualquer forma, atenção aos spoilers daqui para a frente.
“Do you consider yourself sexually irresponsible?” Ora pois, se não aproveitassem ligeiramente a “boa imagem” da Heigl era estar a desperdiçar uma boa fracção do seu potencial enquanto actriz. Mas, agradavelmente, a série parece mais contida que a sua semelhante (nem que seja só no facto de envolver CIA e terroristas) Homeland.
Charleston ‘Charlie’ Tucker, é o nome da personagem de Heigl, uma das principais analistas da CIA e ex-noiva do falecido filho da Presidente dos EUA, que morreu num ataque terrorista. Somos introduzidos ao local de trabalho de Charlie e aos seus colegas de trabalho, entre os quais se destaca o novo relator, Lucas, que pareceu-me logo de pouca confiança, e ao que eles fazem. Basicamente examinam todas as possíveis ameaças aos EUA e compilam um relatório diário com o top10, que é então entregue à Presidente dos EUA. Embora nem tenha desgostado dos restantes colegas de Charlie, há qualquer coisa ali que falhou em deixar-me criar empatia com eles, mas bem, não vamos querer tudo já no episódio piloto certo? Ou será que deveriamos?
O dilema do episódio foi bastante bem explorado, a incerteza de Charlie entre referir como nº1 do relatório o sequestro de um médico americano no Quénia por um grupo de terroristas a exigir a lebertação de companheiros seus, ou uma pista sobre a localização actual de Fatah, o terrorista que matou o filho da Presidente, Aaron.
Sinceramente fui daquelas pessoas que pensou mesmo que Charlie estava a escolher cegamente salvar o médico por ele ser extremamente parecido com Aaron, mas fosse mesmo por isso ou não, Charlie estava certa em o ter feito, e percebemos com isto que mais que instintos, ela é uma mulher de inteligência e firmeza de pensamento elevadas.
Contudo, a revelação quase no final do episódio, feita durante a conversa entre Charlie e o seu – não sei até que ponto – “amigo” Nick, foi surpreendente. Estava a imaginar que o facto que Charlie estava a reprimir, sobre a noite da morte de Aaron, fosse tudo menos isso. Embora tenha ficado, sendo sincera, um pouco desiludida. Estava à espera de qualquer coisa mais chocante e devastadora. Mas isso sou eu que gosto de espetáculo e drama.
No geral, e como referi logo no início desta review, foi um bom episódio, a série parece ter bom terreno para lavrar, contudo deixou um bocado a desejar… Mesmo assim merece a segunda oportunidade, e vou ver próximo episódio, que sai hoje à noite nos EUA. Mas Heigl, vê lá se atinas, que essas tuas emoções estão a parecer muito forçadas…
Nota: 7/10