One-liner: Uma equipa de génios constituída por um computer braniac, um matemático, um especialista em comportamento e uma engenheira mecânica impedem 58 aviões de colidirem depois de um erro informático.
Wow.
Woooow.
Ufa. Depois de um episódio destes é preciso respirar fundo! Scorpion é uma série que junta uma equipa de quatro génios – que juntos fazem um QI de 700 – versados em diferentes áreas:
Ora esta equipa, claro está, encontra o seu elemento quando um agente – Cabe – da Agência de Segurança Nacional invade o espaço deles para lhes pedir ajuda: Um software de controlo aéreo do qual fizeram a actualização recente tem um ‘bug’ que corta todas as comunicações de três aeroportos, sendo que um deles – o maior – é o LAX. Quem melhor para resolver isto senão o ‘think tank’ de Walter O’Brien?
Confesso ter cometido o erro de ter lido algumas opiniões prévias antes de ver o episódio – eu que nunca faço isso! – mas se calhar fez-me ficar muito agradavelmente surpreendida: é que Scorpion tem momentos leves inteligentes, as personagens e a sua interacção faz rir, como também tem intrínseca aquela característica (que terá talvez sido o que me fez identificar mais com a série) típica dos génios de não saber bem mas ter que lidar com o mundo real.
O episódio é daqueles que agarra: tanto cheio de conceitos e ‘follow ups’ de cenas bem encaixados, como uma forma de apresentar cada uma das personagens com um toque muito pouco aborrecido – o que nem sempre é fácil para um piloto. Sempre na onda policial – não estamos aqui a falar de tiros e coisas do género mas Scorpion é uma série de ‘crime-solving’ – mas sabendo bem introduzir os conceitos da actualidade e outra forma de ver o ‘crime-solving’ que promete ser interessante.
O meu grande medo com a série talvez será o não saberem lidar com o facto de ser uma série. Como dizer isto melhor? Hmm. O piloto esteve muito bem! Tem uma história espectacular, de prender ao ecrã. As personagens encaixam muito bem – até Paige, a empregada do balcão onde a equipa de génios atraca para ter um sinal wireless bom (graças a Walter, que o arranjou para eles) – e os traços de diferentes personalidades também. Já agora acrescento que Paige é um elemento essencial aqui porque se vai tornar a ligação dos génios (que francamente não sabem lidar com o dia-a-dia) com o mundo e com a sociedade ‘normal’.
Bastante interessante para a plotline é o filho de Paige, que Walter e os amigos reconhecem logo como sendo um génio ‘in-the-making’ e com quem automaticamente criam uma ligação.
Acho que esta vai ser uma série diferente. Não é fácil a nível emocional, traz novidades ao ‘crime-fighting’ e junta uma panóplia de interacções que poderão vir a ser interessantes do ponto de vista da integração dos génios na sociedade (e na nossa compreensão do mundo genial). É que se pensarmos bem, são raras as vezes que pensamos nisto…
Concluo dizendo que espero que o meu agoiro face à forma como Scorpion pode vir a perder o interesse não se concretize e a série continue a desenvolver-se por um enredo fantástico: detestaria ver uma série com uma ‘plot-line’ interessante a ir ‘por água abaixo’, como se diz em bom português.
Não está perfeita, e pode facilmente virar para o saco ‘mais-uma-série-chata-de-polícias’ mas é uma lufada de ar fresco interessante. Vão ver!
Nota: 9/10
Para os mais curiosos, acrescento que das minhas investigações pré-episódio, descobri que Scorpion e Walter O’Brien são baseados em factos reais que podem ler aqui.
Joana Pereira.