Mais um piloto com review! Pois é… nós não estamos cá para brincadeiras. Madam Secretary, a nova aposta da CBS, é o drama político e familiar dos domingos à noite. O enredo gira em torno de Elizabeth Faulkner McCord (representada pela fantástica Téa Leoni), uma ex-agente da CIA, que optou por levar uma vida pacata de professora universitária de modo a passar mais tempo com a família. Subitamente, o seu quotidiano muda radicalmente quando é nomeada Secretária de Estado.
Elizabeth, ou Bess como é tratada pelos que lhe são próximos, leciona na mesma universidade que o marido. Henry é o professor de História da Religião sex symbol da zona, as miúdas não o largam! Têm dois filhos, Jason (o anarquista que adora conspirações) e Alison (a adolescente que já namora). Vivem os quatro na sua quinta, têm cavalos, onde Bess limpa os estábulos para descontrair… Tudo corre bem para esta família. Mas tudo muda quando se dá um acidente aéreo e um Secretário de Estado morre, o próprio Presidente dos Estados Unidos desloca-se a casa de Bess para a convencer a aceitar o cargo que ficou vago. Sendo amigos de longa data, e sob a premissa de juntos mudarem o mundo, Bess aceita o cargo. Assim esta família muda radicalmente o seu modo de vida.
Passaram dois meses… Bess ainda não se adaptou totalmente ao seu novo modo de vida e já tem um caso quente sob sua responsabilidade: o rapto de dois jovens na Síria. Caso eles sejam executados, tanto ela como a Casa Branca ficarão em maus lençóis. Ela tenta resolver a situação da sua maneira, mas tem três grandes entraves que a atrapalham: o seu Chefe de Gabinete, Russell Jackson, não aprova os seus métodos; a maioria da sua equipa de trabalho não gosta dela; querem que ela tenha uma estilista que trate da sua imagem.
Ela tenta impor a sua vontade junto do presidente, mas as tentativas são infrutíferas, mesmo depois de dezenas de emails, telefonemas e mensagens. Afinal mudar o mundo é mais difícil e complexo do que ela idealizara. É numa conversa com o marido, na sua king size bed, que ela ganha coragem e mexe os seus cordelinhos! Felizmente consegue com que os jovens sejam libertados e regressem para casa. Note-se que o seu chefe não gostou de ser desautorizado, e embora a tenha perdoado, parece-me que teremos confrontos de interesses e poder entre estes dois.
Por fim dá-se o jantar com o rei da Suazilândia e as suas imensas esposas… Embora Bess desaprove a poligamia, consegue, de forma diplomática, convencê-lo a encetar um conjunto de medidas para melhorar o seu país. É assim que ela acaba por conquistar a sua equipa e o apreço dos americanos.
Teremos então um drama essencialmente político inspirado nos meandros da administração central dos Estados Unidos. O enredo é consistente e está bem desenvolvido. O elenco é excelente e reúne alguns dos melhores atores de tv. A série é muito boa, todavia, não traz nada de novo. Apresenta ainda algo que eu particularmente desgosto: a supremacia americana e a visão deste país como o superior salvador da humanidade. Julgo que a temática da tensão profissão versus família é uma dinâmica de sucesso, no entanto, já demasiado explorada pelos guionistas americanos.
Nota: 7/10
Rui André Pereira