Outer Banks surgiu na Netflix como uma aposta para o verão com tudo aquilo que não podemos ter agora: praias, belas paisagens, etc. Fez-me lembrar Marés Vivas, mas não é sobre nadadores salvadores, e também The OC. A série em paisagens marítimas não é novidade para dois criadores da série, Jonas Pate e Posh Pate, que estiveram envolvidos na criação de Surface em 2005-2006.
A história apresenta-nos Outer Banks, um sítio que está dividido em duas zonas, uma mais rica e uma mais pobre. O protagonista da história guia-nos, pela própria voz, ao grupo de quatro amigos do qual ele, John B. (Chase Stokes), Kiara (Madison Bailey), Pope (Jonathan Daviss) e JJ (Rudy Pankow) ele faz parte. Os quatro amigos são todos diferentes, sendo que a trama principal anda à volta de John B. cujo pai desapareceu há alguns meses e já foi dado como morto mas ele não acredita nisso. Depois temos a irreverência em JJ, a responsabilidade em Pope e Kiara é ambientalista. Sim, um pouco cliché.
De qualquer forma, o primeiro episódio trouxe alguns bons momentos e a banda sonora com nomes como Alt-J convenceu-me e até há uma banda portuguesa pelo meio, mas isto só ao quinto episódio, os Killimanjaro. O arranque da série é feito quando o grupo, depois de um furacão, descobre um barco afundado. Conseguem recuperar a chave de um quarto de hotel e numa investigação ao mesmo quarto descobrem o que pode esconder o barco e todas as possibilidades que ficam abertas. Existem, durante o episódio, vários momentos de “será que eles vão ser apanhados?” o que reforça o interesse pelo que se está a desenrolar. Perto do fim há também um bom momento de corrida de barcos. Nada impossível tipo James Bond. Destaco também a presença de Adina Porter, que me habituei a ver em American Horror Story.
Outer Banks acaba por ser um drama juvenil que mostra qualidades e fragilidades. Possivelmente a sua data de lançamento tinha mais sentido para os meses de mais calor, mas os dez episódios já estão disponíveis na Netflix e como é uma série leve quem sabe se não é uma boa maratona?
Bruno Pereira