High Fidelity centra-se em Rob (Zoë Kravitz), a proprietária de uma loja de música num bairro de Brooklyn, que revê as suas relações do passado enquanto tenta ultrapassar o seu grande amor.
Estamos perante uma série baseada numa obra literária que já tinha sido adaptada ao mundo audiovisual em 2000 com um filme de nome homónimo. Não vi o filme, mas pelo que percebi tratava-se de um homem que tinha acabado de ser deixado pela namorada e daí parte para a análise dos cinco grandes desgostos amorosos que foi sofrendo ao longo da vida de forma a descobrir o porquê de tais relações não terem resultado. Pois bem, pelo título do piloto podemos perceber que 1h30 de filme acabam por decorrer em 35 minutos de episódio. E foi essa a minha impressão. Gostei deste piloto e senti-me presa ao ecrã, mas lá está, quando acabou pensei: isto poderia ter sido estendido para um filme.
Toda a parte das paixões, ainda que tivessem sido exploradas, deixou-me com a sensação que não será este o foco total. Ou seja, claro que a protagonista terá de recuperar do seu mais recente desgosto e de tudo o que a ele está associado, mas não me parece que vá andar por aí a tentar perceber o que aconteceu de errado – espero que não seja uma cópia do filme.
High Fidelity acabou por ser uma boa surpresa. Falando em dados adquiridos: Zoë Kravitz, a protagonista, esteve à altura do papel e, pessoalmente, estava entusiasmada por ver esta série por gostar tanto da atriz em Big Little Lies. Quanto à banda sonora, sabendo que o enredo envolve uma loja de música, é razoável que se espere algo muito bom neste aspeto e não falhou; aliás, parece-me que será uma série com potencial a dar a conhecer muito boa música ao espectador. O que mais me surpreendeu foram, sem dúvida, a realização e cinematografia, pois não tinha uma menor ideia do que esperar e constatei uma lufada de ar fresco: desde a protagonista se dirigir à câmara à paleta de cores escolhida à forma não linear de narrar os eventos.
Se tivesse de apontar um ponto menos positivo, seria mesmo o enredo… Acaba por ser muito simples, mas parece-me um “bom simples” para o que pretende ser. Tal como disse, prendeu-me ao ecrã.
Ana Leandro