[Não contém spoilers]
Perante o homicídio da irmã, Allegra “Pick” Dill (Rosario Dawson) retorna à sua cidade natal para investigar a sua morte. A sua investigação revela um sistema de corrupção que parece ter implicações muito para além do homicídio de Felicity Dill.
Okay, comecemos por aquilo que é absolutamente essencial: Rosario Dawson. Como fã incondicional, admito desde já que não sou a pessoa mais imparcial. A mera perspetiva de uma série protagonizada por Dawson foi o suficiente para despertar o mau interesse por Briarpatch. No entanto, uma coisa é inegável: Dawson é, no papel de Dill, a personificação de BADASS, e carrega Briarpatch consigo com a confiança e a elegância de alguém que está claramente in control. Dotada duma capacidade enorme de “roubar a cena” Dawson mantém-nos consistentemente interessados numa série que, de outra forma, correria o risco de se tornar aborrecida ou demasiado confusa.
Problemas estes que se mantêm. Há, de facto, momentos longos e incompreensíveis, e a imensidão imediata de informação a que nós não temos acesso pode deixar-nos um pouco assoberbados. A conspiração que Dill vai revelando só em quantidades suficientes para nos apercebermos de que existe parece ser o suficiente para alimentar várias temporadas. Por si só, não é propriamente uma coisa má, mas ainda assim, parece desnecessário para uma série que está agora a começar. No entanto, aliado à quantidade de detalhes inexplicáveis mas de aparente relevância (de que é exemplo máximo a libertação dos animais do zoo que agora circulam livremente pela cidade e que se vão inserindo na ação nos momentos mais arbitrários), torna-se bastante confuso.
A benesse? Resulta! Toda então enxurrada de meia-informação, todos estes detalhes ecléticos e vagamente aleatórios que convergem numa personagem que reflete tudo o que Rosario Dawson faz de melhor, resulta espetacularmente numa série que nos agarra do início ao fim, que nos obriga a prestar atenção e que nos incita a pedir por mais.
Uma série perfeita para os fãs de crime, mistério e conspirações, ou simplesmente para quem procura um novo vício.
Raquel David