Depois de ser acusada pela sua professora de Sociologia (Katherine Kelly) de ter plagiado um dos seus trabalhos, Rose (Molly Windsor) não olha a meios para se vingar.
À semelhança de muitos outros thrillers psicológicos britânicos, Cheat tem uma espécie de severidade semi-silenciosa que se apoia fortemente na banda sonora. Infelizmente, neste caso particular, este pequeno pormenor acaba por ser o ponto alto da série.
À moda britânica, tudo é controlado e muito respeitável. Geralmente, a força do drama e o extremismo da emoção intensa que nos agarram à acção estão presentes nas performances exímias dos actores. Neste caso, no entanto, fica tudo um pouco aquém. A emoção que geralmente se sente contida parece aqui não existente. Como se a única emoção presente fosse a resposta educada e superficial que é típica da sensibilidade britânica.
O resultado acaba por ser uma série vagamente interessante do ponto de vista intelectual – o enredo é complexo e a acção é coerente – mas que falha muito do ponto de vista emotivo e humano. Sem um motivo mais forte, sem emoções mais fortes, todas as personagens acabam por parecer frias e calculistas, cobrindo a série numa espécie de nevoeiro que lhe tira o brilho e a torna interessante.
Não quero com isto dizer que a série seja má, ou que não valha a pena. No entanto, é uma série que fica aquém das expectativas porque não requer qualquer tipo de investimento emocional. Para quem é fã de thrillers psicológicos, é uma série bem conseguida que poderá ser uma boa aposta para um momento de descontração. No entanto, não é algo que aconselharia a quem procura uma boa série.
Raquel David