World on Fire segue os destinos entrelaçados de pessoas do Reino Unido, Polónia, França e Alemanha durante o primeiro ano da Segunda Guerra Mundial, retratando a forma como este acontecimento lhes alterou a vida por completo.
Quando se trata de uma narrativa que retrata um período histórico os cuidados a ter são acrescidos, ou seja, tentar ser o mais fiel possível e tentar ser percetível para chegar ao maior número de pessoas e para que estas se consigam enquadrar e situar. A série da BBC consegue entregar o que promete desde os cenários à indumentária. Toda a caracterização das personagens é coerente e definida.
É muito fácil gostar das personagens principais, pois por muito que, por vezes, não se concorde com as suas ações, a justificação das mesmas é tornada evidente e o sentimento de identificação é facilitado – algo do género “ah, se eu estivesse numa situação destas talvez agisse assim também”. Neste aspeto tiro o chapéu ao piloto de World on Fire pela forma como consegue humanizar tanto as personagens. Claro que ter um bom elenco ajuda e neste aspeto a série também não falha, querendo destacar as performances de Sean Bean (Game of Thrones, Lord of the Rings), Julia Brown (The Last Kingdom) e Jonah Hauer-King (Little Women).
O que mais apreciei no piloto de World on Fire foi, sem dúvida alguma, o aspeto técnico. A cinematografia foi pensada ao pormenor, cada plano e cada ângulo maximiza quer o sentimento de realidade quer o maravilhamento que se sente ao olhar para o ecrã. A nível sonoro não dececiona, sendo cada momento muito bem construído, culminando em bastantes momentos de tensão que acabaram por ser os meus favoritos.
Para um primeiro episódio, o espectador não fica com a sensação de ter visto apenas uma introdução do que será a história. É, sim, bombardeado com uma série de acontecimentos que lançam o rumo para a temporada. Assim, volto a aplaudir World on Fire por não ser apenas mais uma série histórica que se desenvolve a passo de caracol.
A a série não será mais do que o afirma ser – irá seguir a vida de pessoas e a forma como esta é afetada pela guerra. Para mim, tal será suficiente, quer pelo carinho que já ganhei por estas “pessoas” quer pelos maravilhosos aspetos cinematográficos que envolvem toda a obra.