The Purge é a nova aposta da USA Network! Inspirada nos filmes de James DeMonaco, The Purge passa-se num futuro, talvez não tão longínquo, onde uma vez por ano, durante 12 horas, todo e qualquer crime não é punível (inclusive a morte) para qualquer cidadão americano.
Suponho que, para entender a série, é preciso ter visto os filmes. Muito pouco é desenvolvido na razão pela qual o dia da purga existe, o que é a NFFA (New Founding Fathers of America) ou até algumas referências que os personagens vão fazendo ao longo do episódio. Isto significa que: querem ver a série? São quase obrigados a ver os filmes. Não é fixe.
No decorrer do episódio vamos conhecendo algumas personagens que suponho que sejam as que vão dar enredo à história. O dia da purga ainda não começou e somos apresentados a esta gente toda:
Miguel e Penelope – dois irmãos que perderam os pais numa outra purga. Miguel, um militar condecorado, aventura-se na noite da purga para ir à procura da irmã Penelope, quando percebe que ela passou a fazer parte de um culto que se dedica a formar jovens para se tornarem sacrifícios para quem quer praticar a purga.
Numa outra cena, passamos a conhecer Rick, Jenna e Lila, um trio aparentemente poliamoroso anti NFFA. Rick e Jenna são um casal que se junta à celebração da purga da NFFA com o intuito de fazer negócio com o representante desta associação, Albert Stanton, e Lila é uma socialite que roda nos grupos de Stanton enquanto se pronuncia anti-NFFA às escondidas.
Num cenário muito mais empresarial, conhecemos Jane, uma mulher de negócios que parece estar envolvida num esquema muito estranho na purga.
Não menos estranho e assustador, a nossa outra personagem é Joe, um homem aparentemente normal que deve querer virar o vigilante da noite e se diverte a intrometer-se nos actos de purging enquanto ouve cassetes motivacionais no carro.
O primeiro episódio não passa disso mesmo: a apresentação de personagens pré-purging day. De alguma forma dá a sensação de que vai seguir um formato muito parecido com o da série 24. São 12 horas de purging, portanto são 12 episódios da série. Com a maior das sinceridades, não me parece que The Purge seja um tema adequado para uma série. Fazem 12 episódios de purging, e depois?
Falta-lhe enredo que desenvolva para além do dia de purging, falta a violência e o ritmo que os filmes levam, visto que a série é muito mais parada, e falta motivação para continuar a ver.
Talvez me engane e talvez os próximos episódios sejam mais cativantes e tragam motivos para continuar a ver, mas, para um episódio piloto, não é suficiente para atrair o espectador a assistir ao resto. Talvez tivesse a expectativa por ter visto os dois filmes. Talvez não. Ainda assim, foi muito pouquinho para uma série baseada em dois filmes já estabelecidos no mercado.
Joana Henriques Pereira