Udûn, o mais recente episódio de The Rings of Power, trouxe tudo aquilo que o espectador poderia desejar. Depois de andarmos há alguns episódios a enrolar o enredo, com dois episódios por desvendar, finalmente tivemos o culminar de algo.

Num episódio sem Elrond e Durin, e sem Harfoots e o estranho, temos o entrelaçar de Galadriel, Halbrand e Númenóreans com os humanos das Southlands e Arondir. Depois de todas as ameaças de Adar, o exército dos Orcs chega para cumprir a promessa. E, claro, não chega sem as suas artimanhas. Nada é deixado ao acaso! Temos três momentos de batalha distintos que nos deixam empolgados e preocupados. Se, por um segundo, pensamos que os humanos poderiam triunfar sozinhos, acabamos por perceber que não e que, realmente, Galadriel tem um timing impecável (sim, estou a ser um pouco sarcástica). Ainda assim, consigo ignorar tudo isso, pois este acontecimento elevou o episódio e tornou-o ainda mais épico. Uma verdadeira batalha, como os filmes já nos habituaram. Um episódio que não nos deixa indiferentes, nem nos permite dormir ou olhar para o telemóvel. Desde a chegada dos Númenóreans à Middle Earth, ao ataque dos Orcs, estes são eventos que aguardávamos e que, devo dizer, foram muito bem apresentados.

Desde a forma como o episódio e as cenas foram montadas, a todo o aspeto cinematográfico, aos efeitos especiais, às coreografias de batalha, não consigo apontar um defeito. Os cinco minutos finais em que vemos a destruição causada pela chave e a erupção do Mount Doom são de uma beleza sublime e de cortar a respiração. Quero mencionar, no entanto, que o facto de todos os protagonistas e personagens secundárias terem plot armor não ajuda muito ao caminho da série até à glória. Eu percebo que nem sempre personagens têm de morrer, mas se estão protegidas por um espírito divino em todos os contratempos, o espectador começa a não se importar tanto, pois já sabe que vai escapar.

Olhando de outra perspetiva, a forma como estão a construir a personagem de Halbrand e a sua relação com Galadriel fazem-me temer o pior. Ainda não se sabe qual será o futuro dele, mas sabemos que não será sorridente, de certeza, o que é triste, pois tem uma personalidade complexa que seria interessante de seguir – e não do lado das trevas! Agora que chegou como rei, será curioso acompanhar os desenvolvimentos e quanto durará e em que formato será o seu reinado.

Incrível como estamos a dois episódios do fim! Toda a espera foi justificada e, agora, só posso pedir que nos episódios finais continue a haver reuniões e culminações como neste. Será que é nesta temporada que iremos saber a identidade do estranho?