Esta semana, The Rings of Power presenteou-nos com mais um episódio de excelência, Adar. Ainda que a identidade e aparência de Adar tenha sido meramente uma imagem desfocada no final (e confesso que não percebi o porquê de darem o nome dele ao episódio se depois foi isto que entregaram), o episódio adicionou bastante à nova narrativa inspirada nos escritos de Tolkien.
Sempre com uma passada calma e intercalando as diferentes histórias, é impossível não sentir o quão parecida a Game of Thrones esta série está desse ponto de vista. Para além de seguirmos as personagens que nos foram apresentadas nos dois primeiros episódios, com a chegada a Númenor somos desde logo confrontados com uma nova realidade de cenários e personagens. Assim, The Rings of Power continua a introduzir novidade a cada episódio. Se eu já achava que, cinematograficamente, a série estava perfeita, devo dizer que a chegada a Númenor foi das minhas sequências favoritas. Quem estava responsável por elaborar esteticamente este reino esmerou-se para além do expectável. Nota-se a qualidade e atenção ao detalhe que conferem a este lugar uma aura para lá do mágico e que nos faz pensar imediatamente em Gondor.
Mas como nem só de estética é feito Númenor, tivemos o prazer de conhecer personagens das quais já ouvíramos falar em LotR e que há muito eram aguardadas. Falo por mim quando digo que conhecer os ancestrais de Aragorn sempre foi algo em relação ao qual tive curiosidade. Embora seja de Isildur que a maioria das pessoas se lembrem, Elendil será um favorito dos fãs de certeza. Não só a aparência do ator como a forma como age com honra fazem muito lembrar Ned Stark em GoT; já todos sabemos como acaba essa história, veremos como será nesta série. Gostei bastante de tudo o que se passou por Númenor, desde conhecermos os cantos à casa, a rainha, um pouco da história do local, da relação dos homens com os elfos, Elendil e os seus filhos. Sei que a filha de Elendil é uma invenção para a série e não me faz nem um pouco de comichão. Assim como também não vejo nada de errado em adicionar Halbrand e a história da sua família, pois confere profundidade à série. Neste episódio gostei muito das duplas que Galadriel fez, quer com Elendil, quer com Halbrand. Fico triste de pensar que provavelmente Halbrand não irá conseguir contornar o seu lado mais sombrio e o historial do seu povo.
Ainda nestes momentos numenorianos, quando Galadriel vai a cavalo com Elendil, há um detalhe técnico que ficou bastante constrangedor. Não sei porque acharam boa ideia colocar em câmara lenta e fazer um close-up quando Galadriel está a sorrir. Percebo que a vemos sempre séria e que queriam dar destaque àquele pequeno momento de felicidade, mas ficou um pouco amador, na minha opinião.
Sendo estas partes as que mais se destacaram, para mim, em todo o episódio, devo admitir que pouco interesse tenho tido em seguir Arondir e companhia. Falta algo que me cative. Nem a morte de Revion me atingiu. A única razão de gostar de seguir este lado da história é mesmo para ver o trabalho magnífico que têm feito com os Orcs e ver a outra moeda, visto que estamos habituados a ver os elfos como criaturas poderosas e no topo da cadeia, por assim dizer.
Quanto aos Harfoots, sinto que pouco avançou o enredo, ainda que tenham tornado pública a existência do estranho e que este os chame de amigos. Não posso esconder ter ficado triste com a ausência de Elrond e os anões, mas confio que no próximo episódio os voltemos a ver.
As questões continuam a aumentar, enquanto as respostas ainda parecem distantes. A curiosidade mantém-se e anseio pelo episódio da próxima semana! O que achaste?