[Pode conter spoilers]
Mais uma semana que passou e, com ela, um novo episódio de Legacies, This is Why We Don’t Entrust Plans to Muppet Babies, que surge no seguimento da mid-season premiere e retoma o registo do “monstro da semana” típico da série.
Neste episódio, regressamos à Salvatore School na data em que esta celebra o Coven Day, um dia dedicado à união entre os vários grupos de bruxas que a instituição alberga. O mais recente monstro a infiltrar a escola tem como alvo Alyssa Chang e os restantes alunos, entre os quais espalha discórdia e cria o caos. Entretanto, Alaric, Lizzie e Josie continuam a sua busca por uma solução que mantenha a magia negra de Josie contida dentro do mora miserium e, por fim, o passado de Alaric regressa para o assombrar.
Começo então por dizer que, ainda que acredite que Legacies terá, eventualmente, de mudar este seu formato de um novo monstro a cada semana, agrada-me o facto de regressarmos ao que é normal e esperado da série, em especial após um episódio que considerei fraco. A realidade é que este registo nos tem permitido explorar aspetos nunca antes explorado no universo de The Vampire Diaries, não só no que diz respeito a novos seres sobrenaturais, como também no modo como as personagens principais se vão desenvolvendo e relacionando.
Neste sentido, não será grande surpresa que um dos meus aspetos favoritos deste episódio se relacione com a atitude mesquinha, insegura e até rude de algumas personagens – nomeadamente, Hope. Ainda que a nossa protagonista seja, no seu âmago, uma boa pessoa, a sua natureza atrevida e desafiadora relembra em tudo a dos seus pais: Klaus e Hayley. Com o novo monstro a trazer ao cimo as suas inseguranças, Hope assemelha-se em grande parte à pessoa que era no início da primeira temporada, particularmente nas suas interações com Landon.
Quem leva para casa o título de Queen of Mean, no entanto, é Alyssa Chang. Ao contrário do que referi na review anterior, a personagem não aparece como uma nova versão de Penelope Park (ainda que ambas as personagens se insiram no mesmo tropo televisivo), mas sim como uma pessoa verdadeiramente maldosa e com más intenções – algo de que gosto bastante. Neste novo episódio, passamos a conhecer um pouco mais sobre o passado da personagem e torna-se aparente a sua relevância para o tempo presente da série. Agrada-me que Legacies tenha tomado uma direção contrária à de Sebastian com Alyssa, no sentido em que esta última aparece definitivamente como alguém que é mau porque gosta de o ser e não por ser incompreendida. Estou curiosa em ver se a personagem terá algum tipo de arco de redenção, no futuro, e se virá a integrar o conjunto de personagens recorrentes da série.
Ainda dentro das personagens que se destacaram neste episódio encontra-se ninguém outro que Wade. São várias as vezes em que faço referência a Legends of Tomorrow quando falo sobre Legacies, mas Wade relembra-me a Gary, no sentido em que é um personagem de quem todos gozam, mas de quem até gostamos. Foi verdadeiramente enternecedor ver todos os outros personagens a apoiar a Wade após o bullying que este tem vindo a sofrer ao longo dos episódios. Adoro que Legacies não tenha medo de roçar o ridículo, e ter o personagem como uma fada é exatamente aquilo a que me refiro quando falo disso.
Por fim, acho ainda interessante a narrativa que surge entre Alyssa e Alaric, e o facto de o personagem ter enviado alunos (que, assumo, sejam um verdadeiro perigo para o mundo sobrenatural e humano) para um mundo-prisão como o de Kai Parker – entre eles, Sebastian. Não tenho dúvidas de que Ric pense que tomou a atitude certa, mas os seus métodos são, no mínimo, questionáveis, pelo que mal posso esperar para ver as consequências das suas ações – e, é claro, o que estar aprisionados nesta outra dimensão irá fazer ao Diretor é às suas filhas.
Como aspetos negativos, tenho apenas a apontar o facto de a relação entre Hope e Landon começar a aborrecer. Vimos, neste episódio, que ambos os personagens têm ainda inseguranças no que toca à sua relação (algo que não é de surpreender, tendo em conta que se juntaram novamente demasiado cedo, ao invés de esperarem um pouco) e que Hope não vê Landon como seu igual (porque, sejamos justos, não o é). Acredito que ambos têm razões válidas para sentirem o que sentem, mas sinto também que continuamos a revisitar problemas pelos quais já passaram na primeira temporada, o que não me desperta grande interesse.
Inês Salvado