O novo episódio de House of the Dragon, intitulado The Red Sowing, foi um excelente penúltimo capítulo que conseguiu resolver diversas pontas soltas, preparando o terreno para o grande final. O episódio deu continuidade a todas as narrativas, unificando-as quase completamente. Claro que ainda restam algumas dúvidas sobre como todas as tramas se unirão no final, mas a linha principal da história, que sempre se focou em Rhaenyra (Emma D’Arcy), ficou aqui de algum modo concluída. De uma posição desprivilegiada, e após perder tanto um dos filhos, quanto Rhaenys (Eve Beast), ela conseguiu virar o jogo completamente. A principal dúvida, quanto ao como, foi agora por fim esclarecida.

Antes de entrar nos detalhes principais, vamos falar sobre a peça solta que funcionará como uma wild card no último episódio: Daemon (Matt Smith). Apesar de continuar com as suas visões, desta vez ele deu um passo em frente para reunir o seu próprio exército. Engolindo parte do seu orgulho, conseguiu finalmente o apoio das casas de Riverrun. Ainda não está claro se ele usará esse poder para ajudar ou se se tornará uma terceira facção, mas saberemos – esperamos nós – em breve como essa parte da história se desenrolará. Uma menção honrosa vai para o jovem Oscar Tully (Archie Barnes), que mais uma vez mostra como este universo sabe criar crianças que honram o seu legado e se tornam ótimos personagens, remetendo-nos imediatamente a Lyanna (Bella Ramsey) de Game of Thrones.

Antes de chegarmos à parte principal do episódio, um reparo: Jace (Harry Collett) quase me desiludiu. Todo aquele diálogo com Rhaenyra parecia mais uma birra de miúdo mimado, acostumado a ter tudo, mas a sua explicação foi lógica. Se eles eventualmente ganharem a guerra civil, ele estará protegido enquanto houver uma rainha legítima, que nunca foi questionada. Já ele sempre foi alvo de boatos e ter um dragão distinguia-o. Se mais montadores de dragões surgirem de passados duvidosos, isso abre precedentes para que o seu poder seja contestado, um sentimento válido, portanto.

Agora, vamos ao ponto que interessa: finalmente as sementes plantadas nos episódios anteriores tiveram o seu esperado desfecho e que desfecho! A união de Rhaenyra e Mysaria (Sonoya Mizuno) e todo o enredo de procurar apoio na plebe, devido à falta de mais apoio, deu frutos. Constatámos que afinal toda a história dos bastardos Targaryen tinha um propósito desde o início e chegou a um bom porto. Tanto Ulf, The White (Tom Bennett) como Hugh Hammer (Kieran Bew) fizeram jus às suas promessas. Toda a sequência foi espetacular. Embora já soubéssemos que iria haver uma chacina e de desconfiarmos, pelo menos, que aqueles dragões lhes são destinados, o caminho até lá foi muito bem construído. Até eu, sentado confortavelmente no meu sofá, senti o poder do momento, com um dragão daquele tamanho a olhar para mim, do alto da sua imponência. É uma imagem que vale mil palavras e de facto não foram necessárias muitas.

Mais uma vez, devo elogiar o argumento, pois até na diferença de como cada um deles reclamou o seu dragão houve coerência com as suas personalidades (personagens). Hugh impôs-se de maneira heroica e imponente, enquanto Ulf o fez do modo mais disparatado e no lugar mais inusitado. Mas o facto é que resultou e tanto resultou que aquele power move final foi brilhante. Finalmente, aquele sorriso de escárnio de Aemond (Ewan Mitchell) desapareceu…

Este The Red Sowing, de House of the Dragon, foi um episódio incrível que cumpriu o esperado, resolveu as pontas que precisavam de ser resolvidas e deixou todas as decisões para o final, como tem que ser. Espero que o último episódio esteja à altura de uma temporada até aqui espetacular.