House of the Dragon – 01×10 – The Black Queen
| 24 Out, 2022
9.1

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The Black Queen encerra a 1.ª temporada de House of the Dragon e deixa o espectador à espera de mais.

Depois de receber a notícia da coroação de Aegon, Dragonstone divide-se tal como King’s Landing se dividiu no passado episódio. Novamente, temos uma mulher a querer evitar uma guerra e um homem impulsivo a querer cortar o mal pela raiz. Achei que o episódio ditou muito bem o tom da próxima temporada, pois embora o impulso seja partir para a ação, ainda estamos nesta 1.ª temporada, marcada por pouca ação. Assim, o parto prematuro de Rhaenyra e a consequente morte do bebé fazem as coisas abrandarem um pouco. Que cena mais dura de assistir! Já o final do episódio demonstra o que acontece quando o impulso ganha e a ação se desenrola rapidamente. Assim, gostei bastante da forma como o episódio avançou.

Tal como previsto, Rhaenys foi avisar os Black, mas não declarou a sua intenção e posição. Foi poderoso ver como se manteve fiel a si mesma até ao último segundo sem se ajoelhar perante Rhaenyra quando todos o fizeram no funeral. Só se declara realmente a favor da reivindicação de Rhaenyra depois de se reunir com Corlys e decidirem em conjunto. Ambos estão magoados em relação ao que Daemon e Rhaenyra alegadamente fizeram contra Laenor, por isso apoiá-los não é o que desejam. No entanto, o amor que têm pelos netos acaba por movê-los nessa direção. Assim, embora ache previsível que, no final, acabem por ser aliados, gostei que mostrassem o conflito interior que estas personagens têm.

Durante todo o episódio, Rhaenyra mantém a calma e em momento algum deixa que comandem por ela, tendo sempre a última palavra. Assim, envia os seus filhos, Jace e Luke, como mensageiros, um para o Norte e outro para Storm’s End. Não foi desta que regressamos a Winterfell, nem sei bem como ou quando será esse regresso. Dependerá muito do ponto da narrativa em que estivermos quando iniciarmos a 2.ª temporada. Até porque no final desta, Luke já chegou a Storm’s End, já se encontrou com o seu destino fatal e já comunicaram o sucedido a Rhaenyra.

Embora tenha achado todo o confronto de Aemond com Luke épico, houve partes nas interpretações dos atores que falharam um pouco. Especialmente no final, quando ambos notaram que os dragões estavam descontrolados, não me pareciam reações realistas. As prestações não me pareceram adequadas, mas sim muito secas e sem sal. Do ponto de vista dos efeitos especiais e de toda a tensão construída, esta cena brilhou, principalmente no final, quando Vhagar simplesmente arruína Luke e Arrax. Gostei do conceito de eles não conseguirem controlar os dragões totalmente. Acho que Aemond tem muito para crescer, pois embora se ache muito adulto, parece-me ridículo continuar sempre a bater no ceguinho (trocadilho intencional). Sei que nos livros Aemond não tem remorso nenhum e mata Luke porque pode, mas do ponto de vista da narrativa, sendo que Aemond estava do lado da sua mãe no último episódio e sabe que as negociações com Rhaenyra estão a decorrer, faz sentido que este não seja o desfecho que ele desejava. Não porque tenha carinho pelo primo, mas porque do ponto de vista da guerra não faz sentido. Assim, os Greens assinalam a primeira morte. E não, não acho que estejam a pintar os Green de forma mais positiva a tentar mostrar remorso, pois acho que Aemond demonstrou zero. Apenas impulsividade e imaturidade.

Durante o episódio vemos como em Dragonstone se debate sobre uma possível guerra com dragões e assistimos à matemática que fazem. Sim, os Black têm mais dragões, mas os Greens têm o maior dragão. E depois de ver como Arrax foi tão facilmente aniquilado, diria que isso é um ponto extremamente importante. Assim, Daemon transforma-se, e bem, num encantador de dragões e podemos ouvir a voz de Matt Smith cantar algo em valyrian para um dragão que poderá ser Vermithor, um dos maiores dragões. Assim, os lados já estarão mais equilibrados.

Queria ainda mencionar dois aspetos, um que me causou alguma confusão e outro nem tanto, mas que sei que chocou alguns espectadores. Primeiro, o gémeo que está do lado de Rhaenyra: como é que ele já está em Dragonstone? Não me pareceu que tivesse passado assim tanto tempo desde que Rhaenys chegou até ao funeral. Segundo aspeto, Daemon esganar Rhaenyra não me chocou. Daemon sempre foi impulsivo e agressivo. Acima de tudo, sempre se importou com a sua família. Assim, ver Rhaenyra a colocá-los em perigo com a sua solução pacifista destabilizou-o. Obviamente não é um comportamento justificável; é tóxico, mas é adequado à personagem. Talvez os espectadores devessem parar de romantizar e colocar num pedestal um homem que matou a sua primeira mulher porque servia a sua agenda de interesses.

Depois de uma forte temporada para arrancar o que foi dos eventos mais marcantes de Westeros, creio que a 2.ª temporada será ainda mais épica. Neste último episódio tivemos um cheirinho do que serão os confrontos entre dragões. Percebemos o quão indomáveis e temperamentais estas criaturas podem ser e que talvez o número de dragões não interesse assim tanto quando o maior dragão está do lado dos Green. Embora não tenha achado esta season finale o melhor episódio da temporada, nem tenha achado que fosse o clímax perfeito, mal posso esperar para ver o desenrolar da história.

9.1
8
Interpretação
9
Argumento
10
Realização
10
Banda Sonora

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