House of the Dragon regressou, esta semana, com The Green Council, um episódio mais calmo do ponto de vista da ação, mas bastante tenso.
Se, no final do episódio anterior, o espectador percebe que Viserys morre, é só neste episódio que vemos as reações da sua esposa, filhos, prima e conselho. A reação dos filhos acaba por refletir bastante bem a relação que estes tiveram com o seu pai, uma relação distante. Quando comparada com a relação de Viserys com Rhaenyra, não espanta ninguém que até Aegon seja mais lúcido que a sua mãe e perceba que não há possibilidade que Viserys quisesse que ele lhe sucedesse. Mas claro, quando Alicent confessa aquilo que quis ouvir no leito da morte de Viserys, fica surpreendida por saber que o conselho sempre teve planos para instituir Aegon como rei. No entanto, os planos de Otto e companhia vão contra os de Alicent, pelo que parte do episódio é passado a ver que lado encontrará o herdeiro primeiro, visto que este anda na sua vida.
Neste episódio, podemos ver mais uma vez o quão complexa Alicent é, pois não quer matar Rhaenyra e acredita que é possível chegar a um acordo que permita Aegon ser rei, sem perder a sua amizade com ela. Parece-me delirante, nisso concordo com Otto! Fico sem a perceber bem, pois nunca me deparei com este tipo de personagem. Por exemplo, Cersei fazia tudo pela sua família, já Alicent conspira pelas costas do pai,e nem parece gostar de Aegon e das suas ações. Não sei bem o que move a personagem. Ao mesmo tempo que me parece alguém forte e segura de si mesma, também me parece extremamente fraca.
Ainda associado a ela, acho ridícula a troca de favores com Larys. Nunca precisou de fazer isto para ter Criston Cole aos seus pés (trocadilho propositado). É o que eu digo, ela era supostamente a rainha, pelo que podia prometer inúmeras riquezas e poderes a Larys, e, assim, fraqueja e fica à mercê dos desejos de mais um homem.
Mais uma vez, Criston Cole demonstra que nem depois da morte de Viserys há ordem por King’s Landing. Como é que ele mata um membro do conselho real, perante todos, e sai impune? Vai saber muito bem quando a morte dele chegar ao ecrã. Mais uma vez, é uma personagem que nem sempre entendo. Claro que em GoT odiava Joffrey, mas ele pertencia a uma classe social que lhe permitia agir de forma horrível. Já Cole não deveria ter tanta proteção, especialmente quando Viserys vivia. Ainda sobre a reunião inicial do conselho, como é que o ex-líder da Guarda Real simplesmente diz que não vai fazer nada que lhe ordenem e escapa ileso, quando chefes de Casas são enforcados ou impedidos de deixar o Red Keep?
Seguindo para fora do Red Keep, os paralelos entre Aemond e Daemon continuam a aparecer. Não é só o facto de terem as mesmas letras no nome que os une, mas o facto de ambos acharem que fariam um papel muito melhor enquanto reis do que os seus irmãos. No caso de Aemond, Aegon parece que lhe daria o título de bom grado. Achei bastante interessante seguirmos a busca por Aegon, ainda que fique por perceber o porquê de não matarem Mysaria depois de terem o príncipe. Adoro quando os jogos de poder se começam a interligar em rede.
O momento da coroação foi bastante épico, e, por momentos, Aegon parece gostar do papel que ocupa. Claro que é sol de pouca dura quando Rhaenys interrompe o seu momento com a sua grande entrada com Meleys. Confesso que pensei: “hmm, se ela dissesse Dracarys resolviam-se já os conflitos”. A série tem brilhado ao introduzir personagens complexas, cujas intenções nem sempre são as mais claras. Quando Rhaenys sai com o seu dragão, demonstra o poder que tem, que não pretende ser manipulada e que ainda não decidiu de que lado está.
Relacionado com Rhaenys, temos um evento interessante, pois esta só é libertada porque um dos gémeos virou a casaca. É a típica jogada de ter um gémeo em cada lado da guerra, assim está sempre um do lado vitorioso. Eles são super parecidos em aparência e nome, pelo que não sei até que ponto isto não gerará confusão (propositada) no futuro.
Em suma, foi um episódio um pouco confuso para quem está a tentar perceber as intenções de cada uma destas personagens.
Por fim, queria falar sobre a banda sonora, que, para mim, foi uma lufada de ar fresco. Por muito que esteja a adorar a banda sonora da série, estava a precisar de algo diferente, e, realmente, este episódio entregou mesmo isso. Quer os momentos iniciais do episódio quer o momento da coroação foram épicos.
De um episódio sem Rhaenyra e Daemon, espera-nos agora a season finale, onde iremos ver a resposta dos Black contra os Green.