[Pode conter spoilers]
Na passada sexta-feira, Grey’s Anatomy trouxe-nos My Shot, o oitavo episódio desta sua nova temporada.
Neste episódio, Meredith luta pelo futuro da sua carreira perante um Conselho Médico que traz ao de cima memórias do passado e representa novos desafios. Entretanto, os internos são colocados à prova e tentam fazer o melhor possível em relação aos seus casos na ausência dos seus supervisores.
O antecipado episódio que virá a definir o futuro de Meredith chega por fim e não desilude nem um pouco. Nunca acreditei que Meredith, enquanto personagem titular da série, viesse a perder a sua licença, mas, ainda assim, e tendo em conta a atitude que esta tem tido ao longo dos últimos episódios, tenho-me vindo a questionar sobre o que viria a acontecer na sua audiência para mudar a opinião dos médicos que vão deliberar sobre o seu futuro.
Desde logo, percebemos que a situação em que Meredith se encontra está longe de ser a ideal. Como se as suas circunstâncias não fossem más por si só, entre os constituintes do Conselho encontra-se nem mais nem menos do que Joel Castello, o médico responsável pela morte de Derek e, é claro, uma pessoa que não tem qualquer tipo de moral para decidir o que acontecerá à licença médica de Meredith. Vou ser franca: já nem me lembrava da cara deste senhor, mas é claro que a médica não a esqueceu, reconhecendo Joel de imediato. Já este claramente não tem qualquer memória de Derek ou da sua família.
Contra todo o bom senso — e até porque Meredith não está disposta a esperar —, a audiência continua e, durante várias horas, os seus colegas, pacientes e mentores prestam testemunhos contra e a favor da médica. Enquanto que a grande maioria dos testemunhos contra Meredith são praticamente arrancados a ferro a quem está a ser questionado, há uma personagem que não se contém no que tem a dizer.
Sem grandes surpresas, Bailey continua chateada com Meredith e, de forma quase robótica, desapegada, fala sobre o longo historial que a médica tem em não seguir ordens. Temos que admitir que Bailey não está errada, mas, ainda assim, foi impossível não ficar um pouco chateada com a médica, no momento. Acabamos, no entanto, por perceber o lado de Bailey. Novamente, é verdade que praticamente toda a gente favorece Meredith, mesmo que esta tenha também lutado para merecer a sua posição e que tenha feito as coisas que fez para ajudar os outros, e é isso que realmente incomoda Bailey. Mas como a família é mais importante que tudo o resto, Miranda acaba por lançar argumentos a favor de Meredith e chega mesmo a pedir-lhe que regresse ao hospital no final do episódio.
No entanto, a parte que mais se destaca em My Shot é, sem dúvida, o testemunho dado pelos vários pacientes e colegas que Meredith teve ao longo do tempo, recolhidos por Alex. Foi bastante emotivo rever algumas faces do passado de Grey’s — e, no caso de personagens como Arizona, Callie e, em especial, Yang, vê-las mencionadas no episódio, mostrando o seu apoio a Meredith.
Por fim, acho que Amelia fez uma escolha bastante sensata ao não operar Joel e, ao invés disso, entregar o seu caso a Koracick, por saber que não faria um bom trabalho e, sejamos honestos, por saber que muito provavelmente teria algum tipo de “acidente” muito pouco acidental. A sua reação à morte do médico foi hilariante e foi interessante ver Grey’s tocar um pouco neste tipo de humor mórbido.
Inês Salvado