[Contém spoilers]
Esta semana, Grey’s Anatomy trouxe-nos The Winner Takes It All. Este perfaz o 11.º episódio desta nova temporada e foca-se, principalmente, na arriscada cirurgia de Catherine e na antecipada visita de Meredith a Thatcher.
Começando pela storyline de Catherine, desde que Grey’s trouxe ao de cima a sua situação, há uns episódios, que aguardo o seu desenvolvimento. Apesar de a história não ter sido de todo esquecida, a verdade é que só no último episódio é que tivemos algo mais sólido, que acabou por nos trazer aqui.
Chega, assim, o episódio da grande e perigosa cirurgia de Catherine Fox. Como se devem lembrar, a médica tem uma rara e agressiva forma de cancro que, não sendo tratada, se viria a demonstrar fatal. Encarregues do seu caso estão (como seria de esperar) Amelia e Koracick que, devido à proximidade do caso e ao facto de esta cirurgia nunca ter sido feita até à data, estão uma pilha de nervos. Nervosos, também, estão Richard e Jackson, que contam com a ajuda de Maggie e Bailey para os manter calmos.
À semelhança do que aconteceu no episódio anterior, gostei bastante das cenas relativas a esta storyline. Ainda que, desta vez, as cenas de Catherine não tinham sido tão dramáticas quanto as do último episódio, as escolhas tomadas pelos atores providenciaram-nos a carga dramática adequada para a cena, sendo que tivemos momentos mais leves (como, por exemplo, a cena de dança antes da cirurgia de Catherine) e momentos mais pesados (como quando as coisas começam a correr mal durante a cirurgia).
Para mim, neste episódio (e, especialmente, no que toca às cenas sobre a doença de Catherine), as personagens de destaque foram mesmo Amelia e Koracick. Senti cada emoção deles: o seu nervosismo e apreensão, a sua tentativa de reafirmação e o seu alívio e sensação de culpa após a cirurgia. Gostei que, no final, conseguissem pôr o nervosismo de parte e chegar a uma solução benéfica para Catherine.
Sei que, quando esta narrativa foi introduzida, tive os meus problemas em relação à sua falta de realismo, mas a verdade é que achei apropriada a solução que Grey’s deu ao caso. Como sabem, Catherine não “ganhou” por completo esta batalha contra o cancro, uma vez que os nossos médicos foram incapazes de remover todo o tumor. Este desenlace parece-me o mais credível possível, dadas as circunstâncias. Espero que a Dr.ª Fox continue a recuperar, mas agradeço o toque de realismo dado à narrativa.
De igual importância foram as cenas entre Meredith e Thatcher, que regressa à série após oito temporadas. Finalmente, a nossa Dr.ª Grey teve direito a tempo de ecrã que não envolvesse interesses amorosos!
Como sabemos, Thatcher não foi o melhor dos pais para Meredith, e a médica faz questão de o recordar disso mesmo. Parece um pouco duro, tendo em conta a situação, mas é algo completamente dentro de personagem para a nossa médica. Neste episódio, tanto Meredith como Thatcher têm a oportunidade de colocar as cartas na mesa e são ditas grandes verdades de ambos os lados. No final, os dois entendem-se antes da morte do pai de Meredith.
Pessoalmente, fiquei particularmente tocada pela cena mesmo antes da morte de Thatcher, quando este diz a Meredith que gostava de ter conhecido os seus filhos. Novamente, acho que foram momentos em que as decisões dos atores fizeram a cena.
De um modo geral, acho que The Winner Takes It All foi um bom episódio. Honestamente, apesar de achar que esta temporada está um pouco mais “morna” do que aquilo a que estou habituada em Grey’s, não esperava nada que a situação de Catherine fosse resolvida de forma tão rápida. Não queria que a série a arrastasse indefinidamente, mas esta narrativa durou um total de onze episódios e algo me diz que algo há de acontecer antes ainda do final da temporada.
Ainda que tenha gostado do episódio, parece-me que Grey’s está a perder a sua faísca aos poucos e poucos. Foi um bom episódio, sim. Melhor do que muitos que já tivemos esta temporada. Mas não foi, de todo, um dos melhores episódios da série.
Inês Salvado