[Contém spoilers]
Este regresso de Grey’s Anatomy segue um pouco a linha de há dois episódios atrás, quando a ação decorreu apenas num bloco de operações. Desta vez tivemos um cenário um pouco mais alargado, mas ainda um pouco claustrofóbico, por assim dizer, e sem trazer nada de novo.
Arizona, Bailey e Jo fizeram-se à estrada rumo a uma prisão de alta segurança onde uma adolescente grávida de 16 anos precisava de ser sujeita a uma intervenção antes de ter o bebé. Tendo em conta que se trata de uma prisão repleta de prisioneiras violentas, as precauções foram mais que muitas. Nada do que se vê em Litchfield, que é uma prisão simpática! E sim, até foi feita uma referência a Orange Is the New Black. Na minha cabeça até fiz muitas. Ponto de situação: a miúda não é uma reclusa ou uma paciente fácil (começou logo a deslocar – ou partir – um dedo à médica da prisão) e tiveram que a algemar (mãos e pés). Arizona e Jo trataram-na como a qualquer outra paciente e Bailey estava bastante reticente, embora tenha acabado por amolecer.
Em certos aspetos a miúda fez-me lembrar a Nicky de Orange, vindo de uma família com dinheiro, dando a entender que à partida teria tudo para se sair bem. Só que Nicky tinha uma mãe ausente que não lhe ligava nenhuma, o que não era o caso aqui. Pergunto-me o que é que a miúda terá feito para a mãe não a querer ver e não querer estar com ela. Houve uma preocupação em humanizar a paciente, sim. Mas a mãe da miúda ficou a ser vista um pouco como a má da fita. Se é suposto não julgar a miúda pelo que fez não é justo dar o mesmo tratamento à mãe? Eu em certa parte concordo com aquilo que Bailey disse no início sobre as coisas não nos acontecerem simplesmente. Há pessoas, como Jo, que viveram situações muito difíceis, mas somos responsáveis por aquilo que fazemos. Certas situações podem ajudar a explicar o porquê de as fazermos, mas só isso. Gostava que tivessem revelado o que é que a miúda fez para estar ali e ter uma pena tão longa. O que fez de tão horrível para a mãe não a querer ver e não permitir que a filha seja uma parte integrante do crescimento da criança que acabou de ter.
Acho uma estratégia negligente apresentarem-nos um enredo completamente secundário quando está em jogo saber se Alex vai ou não para a prisão. Este episódio não trouxe qualquer espécie de desenvolvimento em termos de história, numa altura em que é essencial estabelecer o que vai ser a temporada daqui para a frente. O episódio em si até não foi mau (já tem havido bem piores), mas não foi aquilo que precisava de ser e é aí que falha redondamente. Quando temos um elenco que ultrapassa largamente as dez personagens e só podemos ver o que se passa com três delas é certo que muita coisa fica em falta. Totalmente um filler!–
P.S.: Arizona, pensei que por esta altura já tivesses aprendido que é boa ideia manter os olhos na estrada quando estás a conduzir! Não estou preocupada com a Jo nem com a Bailey, é só por ti. Eyes on the road, ok? Já há acidentes demais nesta série!
Diana Sampaio
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