[Contém spoilers]
“All I Want Is You” consegue corrigir muitas das falhas do episódio anterior. Se na semana passada era esperado um episódio emotivo e tocante, foi este que conseguiu insurgir-se dessa forma e ser verdadeiramente genuíno. A ação atual dos acontecimentos alterna-se com as sessões de Meredith com um psiquiatra do hospital por causa do ataque. Não é a primeira vez que ela faz isto e certamente não é a primeira (nem a segunda, nem a quinta) que lida com uma situação traumática.
Com o psiquiatra, fala sobre o ataque, os amigos, a família, relembra o passado, reflete sobre ela própria e chega à conclusão de que tem de descobrir quem vai ser a partir daqui. Ela que pensava que tudo o que queria era que os amigos a deixassem em paz e lhe desamparassem a casa, afinal não encontra sozinha a paz que esperava sentir. Isto acaba por ser previsível, mas também é bastante interessante. É bom termos o nosso próprio espaço, mas não é bom sentirmo-nos sozinhos ou estarmos sozinhos quando as coisas não estão assim tão bem. Precisamos de pessoas à nossa volta. E Meredith tem uma data de pessoas dispostas a estar lá para ela sempre que precisar.
Este episódio é genuíno também na medida em que as pessoas se permitem deixar ir e vão de encontro àquilo que querem. Casais que tinham acabado (ou pelo menos não estavam muito bem) reatam, como Callie e Penny, Alex e Jo, Owen e Amelia. Aliás, a parte mais interessante acabou por vir destes dois. Aliás, de Owen. É sabido que ele tem alguma dificuldade em abrir-se, mas também era necessário que ele ‘desse’ alguma coisa a Amelia, que houvesse aquele primeiro passo… Então ele contou-lhe aquilo que confirmava as minhas suspeitas. Owen teve uma irmã, que morreu, e esta tinha uma relação com Riggs. Só que eu pensava que a irmã estivesse doente e que ele a ajudara a morrer, mas apesar de não terem sido revelados grandes pormenores, tudo me leva a crer que terá sido um acidente. De carro ou qualquer coisa do género.
O caso da paciente do Alex foi mais um plus que tornou este um episódio sólido. O que eu ainda me ri com o à-vontade da miúda, que parecia realmente uma adulta, a mandar em toda a gente e a despedir o Alex. E quase que chorei quando ela ficou com medo de que as coisas pudessem não correr bem com a cirurgia. No entanto, Callie, Maggie e Jo estavam lá para garantir um desfecho apropriado a qualquer caso que envolva uma criança: que fique bem. Crianças a morrer é demasiado deprimente!
O episódio também viveu muito do convívio entre os médicos, destas amizades (algumas mais antigas, outras mais recentes), que tiveram sempre um papel essencial na série. Podemos já não ter almoços na cafetaria, mas há sempre outros lugares para falar de relações, de sexo, de trabalho, qualquer coisa.
Considerações rápidas:
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Diana Sampaio
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