Confesso que não tinha expectativas elevadas em relação a este episódio. Não tinha porque sabia que seria passado numa realidade alternativa centrada em Cristina e Owen. No entanto, o episódio ultrapassou em muito qualquer ideia que pudesse ter feito dele.
Tudo começa com um caso em que Cristina e Ross estão a trabalhar. Salvam a vida ao homem, mas depois o Derek anuncia que ele está paralisado do pescoço para baixo e terá de ficar ligado a um ventilador para respirar, uma vez que não será capaz de o voltar a fazer sozinho. Cristina informa a mulher do paciente e vemos o homem ser questionado com o seguinte: continuar a viver ou não? Ao mesmo tempo, Cristina interroga-se se ela e Owen terão um futuro.
É aqui que a realidade alternativa entra. Ou melhor, as duas realidades. Este episódio poderá ser um bocado dado a diferentes interpretações, mas eu encarei-o como tendo duas realidades alternativas, a par do que acontecia na realidade ‘normal’. Uma das realidades é mais interessante do que a outra. Vemos Cristina a ceder aos desejos de Owen e a ter um filho. Primeiro engravidar, depois ter um filho. Depois ter um segundo. E o melhor de tudo é percebermos que nesta realidade Cristina continua fiel a si própria, apesar de tudo. Sente-se extremamente infeliz por ser mãe. E não acho que ninguém tenha o direito de a julgar de forma negativa. Nem todas as mulheres foram talhadas para serem mães, nem todas têm de adorar sê-lo, nem todas têm de pôr a família e os filhos à frente de tudo o resto.
Na segunda realidade, vemos que Cristina não cedeu a Owen. Não houve filhos, foi tudo como Cristina quis. E aqui Owen é quem está extremamente infeliz. Porque ele abdicou do seu sonho de ser pai e ressente-se de Cristina por isso.
Em qualquer uma das realidades, há uma coisa em comum. O casal não está feliz. Um deles está, uma vez que teve o que quer, mas o outro está infeliz.
Depois a tal realidade, aquilo que não é fruto da imaginação: a decisão de Cristina de não se atirar para os braços de Owen e de não dizer que o ama e que deviam ficar juntos. Não há dúvida que ela o ama, que ele a ama a ela, mas é um daqueles exemplos de que nem sempre o amor é o suficiente. Aqui amarem-se parece significar que cada um seguirá a sua vida, porque juntos só se farão infelizes.
Parece-me que este episódio lançará o mote para o resto da temporada e para a saída de Cristina. Pergunto-me o papel que o regresso de Burke terá, mas lá teremos de esperar para ver.
E antes de terminar, volto a elogiar o episódio. Grey’s Anatomy já tem tido episódios muito maus, mas este foi um daqueles episódios bons, realmente bons. Preferências por personagens de parte, acho que me sinto capaz de admitir que foi o melhor episódio da temporada.
Nota: 8,5/10
Diana Sampaio