[Contém spoilers]
Como o episódio anterior foi centrado em Callie, este vai buscar algumas questões que tinham ficado pendentes desde há duas semanas.
A primeira tem a ver com Bailey, que está a desenvolver comportamentos compulsivos. Ben caiu no erro (e isto não passa de uma forma de expressão, porque para mim foi o acertado) de falar na questão a Derek, que como membro da Direcção teve de reportar a questão. Isto mostra o quão ingrato deve ser mandar num hospital em que metade das pessoas são nossas amigas. Como consequência, Bailey foi afastada do bloco de operações e é óbvio que isto ainda deverá piorar mais as coisas.
Meredith e Cristina continuam às turras como nunca antes foi visto e usam a impressora do hospital como bode expiatório das suas zangas, quando na verdade a questão é muito mais pessoal. Tão pessoal que Shane, o interno, teve de se chatear e gritar (sim, basicamente foi isso) a Meredith que ela estava a tornar aquilo em algo que nada tem a ver com disputas médicas. O rapaz tem toda a razão. Elas eram (são?) amigas e agora não se conseguem entender. É claro que isto é apenas uma história criada para justificar a saída de Sandra Oh da série e de outra forma elas teriam continuado amigas para sempre.
Outro dos motivos que ajudará Cristina a sair da série será o término da sua relação com Owen. Não que eu alguma vez tenha sido especialmente fã deles, mas agora fico mesmo satisfeita por terem acabado, porque assim tivemos a oportunidade de conhecer Emma. Desde que ela apareceu que gostei dela e quanto mais tenho visto, mais tenho gostado. Ela parece integrar-se no grupinho do Grey Sloan Memorial Hospital, mas a verdade é que ela é diferente de todos eles. O local de trabalho dela nunca constituiu um templo de coscuvilhice e ela conhece limites. O mesmo não se pode dizer dos outros, que ao provarem os queques dela ficaram tão maravilhados, que Emma acabou convocada para preparar a refeição do Dia de Acção de Graças. Aquilo que começou como algo entre ela, Owen, Meredith e Derek estendeu-se a praticamente todos os médicos que conhecemos do hospital.
O momento palerma do episódio cabe a April, que não convidou Jackson para o seu casamento, mas convidou Stephanie, sabendo que ela levaria Jackson como acompanhante. Eu até podia explicar porquê, mas a questão é uma parvoíce só ao alcance de April.
Webber está a recuperar, mas abusou, caiu numa passadeira de treino e acabou com umas costelas partidas, portanto não recuperará totalmente tão cedo quanto isso.
Callie e Arizona estão de novo a viver juntas. No entanto, Callie está a castigar Arizona pela traição, fazendo-a dormir no sofá. Como fã incondicional da Callie, o facto de Arizona dormir no sofá diverte-me bastante, mas o meu lado de fã da Arizona sente um pouquinho de pena dela. No entanto, a minha balança costuma pender para o lado de Callie, embora nem sempre e neste episódio até torci bastante por Arizona e admiro-a por ter contado a Callie que enquanto estiveram separadas dormiu com outra pessoa. Callie quis saber se foi mais do que uma vez, mais do que duas e ainda tentou mais do que dez, mas depois percebeu que não interessava. É claro que não ficou satisfeita, mas até não correu nada mal. Arizona disse que queria ser honesta e a conversa até o pode ter sido, mas não é o suficiente. Não consigo perceber como é que Callie aceitou Arizona de volta sem terem tido uma conversa real sobre a questão Lauren. Sim, porque o que interessa foi a traição com Lauren, não o caso com Leah.
Se voltarmos à discussão de Callie e Arizona da temporada anterior, rapidamente nos lembramos que Arizona parecia não saber porque tinha traído, parecia não saber o que se passava com ela própria e na relação com Callie. Falou-se muito que Arizona poderia estar a sofrer de stress pós-traumático, a questão acabou por nunca ser verdadeiramente abordada, mas devia.
Agora as duas estão juntas, Arizona disse a Callie que sentira a falta dela, Callie retribuiu, mas depois, durante uma cirurgia com a mulher e a ex-affair da mulher descobriu que foi com Leah que Arizona dormiu.
Callie costuma ser hostil quando se sente magoada, mas Arizona disse algo com sentido: que não se ia estar sempre a desculpar, que a Callie tinha de deixar de agir como uma vítima e que se estavam juntas de novo, então estavam juntas de novo. E isto faz sentido. Callie quis a mulher de volta, agora devem trabalhar na relação para que esta resulte e não estarem sempre presas ao passado.
Nota: 8/10
Diana Sampaio